22 dezembro 2006

Boas Festas!


Um Feliz Natal e um Bom Ano Novo a todos aqueles que visitam o meu blog. Que tenham muitas prendinhas e alegrias. Para o ano cá estaremos com mais post's.

17 dezembro 2006

Interrail - Parte 8: O regresso

À chegada a Copenhaga já os meus dentes me estavam a dar dores horríveis. Infelizmente chegámos tarde e já não havia muito a fazer a não ser comer qualquer coisa e esperar pelo dia seguinte para ir ao dentista. Nessa noite quase não jantei e passei, provavelmente, a pior noite da minha vida. Só me deixei dormir perto das 4h da manhã, quando finalmente cedi ao cansaço, porque as dores não passavam com nada. Na manhã seguinte o pessoal do hotel foi impecável e não descansaram enquanto não me arranjaram um dentista e deram-me uns comprimidos que me retiraram grande parte das dores por algumas horas.
A manhã foi passada a rever Copenhaga e a comprar alguns souvenirs já que na primeira visita não tinhamos comprado nada. Ao início da tarde fui à dentista. A senhora foi impecável. Viu os dentes todos e só achou uma cárie e pensou que era dali. Arranjou-me o dente e deu-me um comprimido para as dores. Pagámos uma pequena fortuna e fomos dar mais uma volta pela cidade. Ao fim de 2 horas estava de volta ao consultório porque as dores não me tinham passado. A senhora voltou a ver os dentes todos, tirou-me radiografia aos dentes do siso e achou que podia ser dali. Deu-me uns comprimidos para as dores achando que a causa seriam os dentes do siso a tentar nascer e que acabaria por passar. De facto, as dores abrandaram nas horas seguintes e decidimos partir para Amsterdão ao fim da tarde.
Durante a viagem conhecemos um casal, ele australiano e ela de Gales, com quem estivemos viajamos até Amsterdão. Ficamos com vontade de conhecer a Austrália e também o leste europeu por onde eles tinham andado e que descreveram como sendo locais a não perder. Depois de comermos qualquer coisa o australiano decidiu arranjar um compartimento mais vazio onde se pudesse esticar e dormir e nós os 3 lá nos arranjamos no nosso compartimento. A meio da noite tivemos de nos levantar porque entrou um senhor alemão, a quem nós tentámos, em vão, explicar em inglês que se estava a sentar no lugar do australiano. O sr. não percebia uma palavra de inglês e devia achar-nos muito idiotas por não percebermos alemão, passando o tempo a dirigir-se a nós em alemão.
Durante a noite as dores de dente regressaram mais fortes que nunca. O resto da viagem foi muito má. Chegámos com atraso à estação onde tinhamos de mudar de comboio e tivemos de esperar 1h30 pelo comboio seguinte para Amsterdão. A plataforma onde saímos era enorme e descemos pelas primeiras escadas que encontrámos. Saímos num corredor largo, de um lado eram entradas para as várias plataformas da estação e do outro eram cafés e pequenas lojas. A meio havia uma entrada para o metro. Achámos estranho não vermos bilheteiras nem nada relacionado com a estação. Bancos também não havia. Ainda voltámos a subir à plataforma, mas não descobrimos nada. O australiano acabou por esticar no chão uma das esteiras de campismo deles para nos sentarmos e ali ficámos 1h30 sem perceber o que raio se passava na cabeça dos alemães para fazerem uma estação daquelas e menos ainda porquê que toda a gente que passava ficava a olhar para nós como se fossemos aliens. Quando voltámos a subir para a plataforma e de percorrermos uma grande extensão de plataforma fez-se luz: tinhamos saído para o lado errado. A estação de comboios era do lado oposto ao qual nos tinhamos saído e como não percebiamos nada de alemão não tinhamos compreendido as indicações das placas.
Finalmente apanhámos o comboio para Amsterdão e a primeira meia hora deve ter sido a pior que me lembro. O comboio ia cheio e nós tivemos de ficar no corredor, apertadíssimo, entalados entre a parede, malas e uma cambada de putos que entrou na estação seguinte e que entupiram literalmente o corredor durante uns bons 15 ou 20 minutos enquanto tentavam resolver problemas de lugares. Os revisores estavam passados, ninguém conseguia passar ali. Foi caótico. Ainda viajámos no corredor algum tempo. Entretanto o australiano veio chamar-nos porque tinham encontrado uns lugares. Os meus dentes estavam em plena guerra comigo.
A chegada a Amsterdão foi alucinante. A primeira coisa que fizemos foi ir ao turismo para perguntar informações sobre dentistas e descobrir um mapa. Os mapas eram pagos e os 2 andares do posto de turismo estavam a abarrotar de gente a tentar marcar pousadas e hóteis. Aqui nos despedimos do casal que teve de ficar à espera pois não tinham alojamento marcado. Nós, sem mapa e desconhecendo Amsterdão, decidimos apanhar um táxi. A viagem foi irreal... Não pensei chegar viva ao hotel. Quando chegámos nem queriamos acreditar.. A praça onde o hotel ficava era só bares e restaurantes, a entrada era feita por um porta minúscula, à qual se seguiam umas escadas estreitas, onde as mochilas passaram por milimetros, inclinadas, daquelas que se tem de subir quase de gatas. A recepção era um balcão rodeado por portas que davam nem sei para onde. À nossa frente alguém se queixava que o quarto não tinha janelas.. Quando chegou a nossa vez, pediram-nos para pagarmos logo. Para ajudar, não aceitavam cartões. Lá fui eu procurar uma caixa multibanco. Sem conhecer nada, andei às voltas e acabei por perguntar numa livraria onde a sra. foi bem antipática e me deixou na mesma. Acabei por encontrar uma caixa, mas não consegui levantar dinheiro com nenhum dos cartões. As dores estavam cada vez piores. Voltei para o hotel quase em colapso. Acabou por ser o André que conseguiu levantar dinheiro. Enquanto isso, descobri que as empregadas de limpeza e o outro funcionário do hotel eram portugueses. O homem foi impecável comigo e assim que soube do meu problema fez logo uns telefonemas para me conseguir indicar um dentista.
Já com o quarto pago e sem mochilas a pesarem, fomos procurar o dentista. Encontrar um dentista aberto a uma sexta em Amsterdão deve ser missão impossível. Acabámos por entrar numa farmácia e as senhoras indicaram-nos um número de emergência para onde telefonámos e que nos arranjou um denstita nas próximidades da farmácia para essa tarde. Agradecemos às senhoras da farmácia e fomos dar uma volta. Lá tivemos de comprar um mapa de Amsterdão porque doutra forma nunca mais nos orientavámos. Descobrimos que estavamos perto da casa da Anne Frank e fomos até lá. As filas à porta dissuadiram-nos de tentar entrar, bem como o preço que pediam pela entrada. Demos uma volta pelas redondezas e fomos almoçar.


À tarde lá fomos para o dentista. Mais uma vez apanhei uma senhora impecável. Desta vez já sabia qual era o dente problemático pois nem lhe conseguia tocar. Ao fim de 2 radiografias a senhora concluiu que eu tinha não, mas dois dentes com uma infecção e um terceiro com cárie, tudo bem escondido porque os dentes por fora estavam impecáveis. Teve de me começar a desvitalizar o dente que estava pior, mas avisou-me que o outro podia começar a dar dores a qualquer momento. Depois de pagar nova fortuna e em pânico, sem saber quando é que o outro dente ia dar problemas, achei melhor voltármos o mais depressa possível para Portugal. Fomos ao hotel tomar banho e fomos até à estação de comboios. Descobrimos que não havia bilhetes para o dia que queriamos e que tinhamos de voltar no dia seguinte logo de manhã.
Aproveitámos o resto do tempo para passear por Amsterdão e ver algumas lojas de souvenirs, descobrindo que metade das coisas que se vendem estão associadas ao consumo de droga. Descobrimos também que Amsterdão deve ser o paraíso da comunidade gay, há bandeiras com arco-íris em tudo quanto é lado. A cidade estava cheia de gente e nota-se que é uma cidade muito internacional. Tivemos pena de não visitar algumas das atracções da cidade, mas por outro lado o ambiente não nos seduziu e acabei por não ter muita pena de não ver melhor Amsterdão.

De volta ao hotel, tentámos explicar que tinhamos de ficar menos uma noite. O gerente disse-me que como a reserva era de 2 noites no mínimo, não podia fazer mais que tentar vender o quarto e, se conseguissem, que me devolviam o dinheiro.
Já no quarto o André não aguentou o cachorro que tinha comido em frente à estação e vomitou tudo. Comigo cheia de dores ainda e com ele mal disposto, quando descemos para jantar não iamos com boa cara. A rapariga no restaurante achou tão estranho só pedirmos sopa que nos perguntou se tinhamos estado a fumar. Tivemos de nos rir e lá explicámos à rapariga o quê que se tinha passado de facto.
A praça onde o hotel fica deve ser das mais animadas à noite em Amsterdão e percebemos o porquê de um quarto com poucas condições como o nosso ser tão caro.
Na manhã seguinte antes de sairmos do hotel fomos saber se nos devolviam o dinheiro. Só nos deram metade do dinheiro da noite... O dia não começava bem e ia-se prolongar. Decidimos ir de eléctrico até à estação. Demorámos bastante tempo e perdemos o comboio. Felizmente havia outro 1 hora depois e continuavámos a puder fazer as outras ligações. Fomos de Amsterdão até Bruxelas e de Bruxelas para Paris. Em Paris tinhamos algum tempo e fomos tratar de almoçar. Decidimos tabém comprar uns chocolates para trazer. Só não nos lembrámos que mudar de estação em Paris é uma complicação. A pessoa anda quilómetros dentro da estação para chegar ao metro, depois é um sem fim de estações de metro e depois mais uns quilómetros a andar dentro da estação para descobrir a plataforma certa. Excusado é dizer que perdemos o comboio para Bordéus, onde tinhamos de mudar para Irún. Felizmente o comboio que saí de Paris directo a Irún não ia cheio e deu para virmos nesse. Em Irún tornámos a mudar de comboio. Foi o nosso último comboio. Desta vez decidimos viajar confortavelmente e ficámos em beliches. O compartimento era para 6, mas só vinha um senhor connosco. A noite passou-se lindamente, foi uma viagem sem problemas. Chegámos ligeiramente atrasados, mas isso já era de esperar.
E pronto, estávamos de volta. Chega assim ao fim o relato da nossa viagem. Tenho a dizer que o dente nunca chegou a doer...

11 dezembro 2006

Um post especial


Este é um post especial porque dois anos de namoro cheios de coisas boas merecem ser comemorados e recordados.
Para ti namorado lindo: Obrigada por seres como és e pelos bons momentos que temos passados juntos nestes dois anos. Amo-te muito.
Aos que lêm o blog: Obrigado por partilharem estes bons momentos comigo.

P.S.- O relato da viagem continua brevemente.

04 dezembro 2006

Interrail - Parte 7: Noruega

Bem, ao ritmo de actualização de 15 em 15 dias, lá vou chegando ao fim da viagem. Esta será a penúltima parte da viagem.
Na manhã a seguir à chegada a Oslo decidimos gastar mais algum do nosso orçamento nos cartões turisticos para visitar Oslo e assim poupar algum em transportes e entradas de museus. Começamos por visitar o Viking Ship Museum. Confesso que estava entusiasmada por ver o museu, mas acabou por ser menos do que estava à espera. Acho que ficaria bem chateada por pagar 5 ou 6 euros para ver 4 salas... Felizmente que com o Oslo Pass não pagámos nada e assim até valeu a pena. Logo ali ao lado fica o Museu tradicional. Esse vale bem a pena visitar. Fizeram a reconstrução de consultórios de dentitas, farmácias, lojas, apartamentos, etc. ao longo dos tempos. Estão algumas pessoas a reconstituir profissões da época e são super simpáticas e prestáveis a explicar como tudo funcionava. Além disso, é possível ver a reconstituição das casas típicas de cada região da Noruega ao longo dos séculos. Há muito para ver e, como é ao ar livre, é uma visita muito agradável.


Nesse dia ainda visitamos o Munch Museum, que é pequeno e, quando nós fomos, ainda não tinha as obras mais conhecidas expostas (para quem não sabes, as obras foram roubadas à já algum tempo e foram recuperadas pouco tempo depois da nossa viagem, ou pelo menos uma delas foi). Visitamos ainda o castelo Akershus e o Nobel Peace Center. Vale a pena se tirarem o Pass, doutra forma.. não há muito para ver e as coisas na Noruega são caras. O que vale muito a pena visitar é o Vigeland Park e o Vigeland Museum. O Vigeland Park é um parque onde existem umas centenas de estátuas criadas pelo sr. Vigeland. O curioso do parque é que nenhuma das estátuas se repete, são todas únicas e representam as relações humanas. A mais conhecida é este rapaz de expressão furiosa.
No Vigeland Museum pode ver-se os estudos que o sr. Vigeland fez para as estátuas, incluindo reproduções à escala em gesso. Vale bem a pena.
Oslo por si só é interessante de se visitar, é uma cidade cheia de vida, inclusivamente à noite. Infelizmente não tivemos muito tempo para ver Oslo. A paragem seguinte foi feita no dia seguinte em Bergen. A viagem foi mais uma em comboio esgotado, infelizmente desta vez tivemos mesmo de ir no bar algum tempo. Os planos incluiam fazer um pequeno comboio turistico pelos Fjords a meio do caminho para Bergen, mas o tempo estava de chuva e nós achamos que não iria valer a pena o tempo e dinheiro investidos. A viagem até Bergen serviu para apreciarmos a paisagem norueguesa, bem diferente das planas Suécia e Filândia. As montanhas são uma constante, algumas cobertas de neve, cascatas de água caem pelas encostas e alimentam riachos de curso baixo e rápido. Só a viagem em si é fantástica. Aqui tivemos oportunidade de conhecer um norueguês que nos disse que o melhor da Noruega está no norte do país. Infelizmente, o norte não estava nos nossos planos e terá de ficar para próxima viagem.
Bergen é uma cidadezinha simpática, atulhada em turistas. Mas o passeio por Bergen explica o porquê de tantos turistas. As casinhas características do porto, as casinhas de Bryggen, património mundial, a vista do funicular, a igreja de madeira perdida no meio do campo.. tudo justifica. Bergen é daqueles sítios que se devem visitar e por isso aqui deixo umas fotos para abrir o apetite aos mais curiosos. As casinhas do porto são a imagem da cidade. Descobrimos também esta fantástica igreja, toda em madeira, no meio do campo (andamos imenso para lá chegar). Como se pode ver a vista do funicular é maravilhosa e vale bem o dinheiro da subida.

A ideia era ficarmos duas noites em Bergen, mas como estava tudo cheio tivemos de marcar hoteis diferentes. Já em Bergen descobrimos que a segunda noite tinha sido marcada para um hotel num Fjord a alguns quilómetros de Bergen. Fomos completamente enganados a marcar este hotel e tivemos de desmarcar e mudar os planos. Encurtamos a estada para dia e meio e a meio da tarde apanhámos o barco até Stavanger. São 4 horas de viagem pela costa norueguesa que dá bem para perceber que a costa é semeada com pequenas ilhas onde as pessoas têm casas, provavelmente de férias. Por esta altura os meus dentes começaram a doer e a tecer aquilo que seria o drama da viagem e que me provocaria os piores tempos de que me recordo. Felizmente o caminho já era de regresso.
Em Stavanger conhecemos um alemão que andava a fazer Interrail sozinho e que nos acompanhou durante parte da nossa viagem de comboio nocturna. A viagem levou-nos a Oslo novamente, onde passámos a manhã seguinte. A viagem serviu também para recebermos um presente da companhia de caminhos de ferro norueguesa que nos deu um kit para dormir: uma manta polar, tampões para os ouvidos, almofada insuflável e uma venda para os olhos. Foram muito simpáticos.
Passámos a manhã a passear pelas ruas perto da estação e apanhámos o comboio para Copenhaga, onde iriamos dormir. O regresso começa aqui...

18 novembro 2006

Interrail - Parte 6: Entre a Finlândia e a Noruega

Bem, mais uma vez me vi obrigada a uma ausência prolongada. Desta vez o post será a descrição do nosso percurso entre Helsínquia e a Noruega.
Saindo de Helsínquia, dirigimo-nos para a Região dos Lagos onde decidimos passar a tarde. Escolhemos a localidade de Lappeenranta, a primeira desta região. Esta é uma localidadezinha simpática, sem muito para ver. Destaca-se a bonita fortaleza onde foram mantidas algumas casa típicas (habitadas) e alguns lojinhas também típicas. A fortaleza estende-se até ao enorme lago. Na altura em que fomos estava a haver um concurso de esculturas na areia e descobrimos o representante luso. Confesso que não era das melhores...

Depois de uma tarde bem passada junto ao lago, apanhámos o comboio nocturno até Oulu, uma cidade junto ao Golfo de Bothnia, muito para norte em relação a Lappeenranta. A viagem foi feita num comboio sem compartimentos e portanto tivemos de dormir sentados, sem grandes alternativas de posição até porque o comboio ia cheio. O cansaço permitiu-nos dormir relativamente bem. Chegamos cedíssimo a Oulu, perto das 7h30 da manhã. Como é óbvio estava tudo fechado. A cidade, apesar de supostamente turística, não tinha muito a oferecer pelo que nos apercebemos pelos mapas. Passámos a manhã a conhecer o pouco que Oulu tem para oferecer e seguimos para Rovaniemi. Esta é uma localidade no norte da Finlândia sem muito movimento, mas bastante simpática. Aqui encontrámos muita hospitalidade e simpatia. Para minha alegria a cidade tem inúmeras lojas de souvenirs cheias de coisas maravilhosas. A vontade era trazer uma coisa de cada, mas infelizmente estavamos limitados de espaço e peso e tivemos de ter algum cuidado durante toda a viagem na escolha dos souvenirs para nós e para a família.
A 8km de Rovaniemi fica a Santa Claus Village onde, supostamente, vive o Pai Natal. Excusado será dizer que este é um local especial para as crianças e foi-nos dito qe durante o mês de Natal é quase impossível de lá ir devido ao elevado número de visitantes que recebem. Felizmente para nós estavamos em pleno Agosto e assim muito fácil de visitar. Na Santa Claus Village é sempre Natal. Todas as lojas estão enfeitadas como se fosse Natal. Achei que estava demasiado virado para o turismo, demasiadas lojas e aproveita-se para fazer dinheiro com tudo. Pedem 6 euros por uma carta verdadeira do Pai Natal, outros 5 para visitar a fábrica de brinquedos e até para ver o Pai Natal é preciso esperar na fila e o "ver" consiste em tirar uma foto com o Pai Natal que provavelmente se tem de comprar a seguir. Obviamente que dispensamos estas coisas e aproveitamos para visitar o que não se pagava. Percorremos todas as lojas, mas verificámos que as coisas eram mais caras que em Rovaniemi e deixamos as compras para mais tarde. Fomos até aos correios oficiais do Pai Natal e enviámos alguns postais às pessoas que me tinham pedido e à minha mãe. Arrependi-me de não ter colocado um para mim para ser recebido no dia de Natal. Convém dizer que são uns correios extremamente eficientes: dois dias depois e as pessoas já tinham recebido os postais.

Aproveitamos para saltar a linha do círculo Polar Ártico, como qualquer turista que lá vá e tirar muitas fotos. Aí está ela, a Linha do Círculo Polar Ártico e a placa com as direcções das principais capitais do mundo e respectivas distâncias (Lisboa não incluída).

O meu telémovel não deve ter gostado de passá-la porque deixou de ter toque a partir daí. Almoçámos numa cabaninha parecida com as dos índios, onde comemos salmão grelhado numa fogueira feita no meio da tenda, servido em cima de cascas de árvore (devidamente limpas, óbvio), com pão e uma éspecie de salada russa.
Foi uma manhã muito bem passada apesar de ter pena de não ter visto as renas do Pai Natal que supostamente deviam andar por ali. A tarde foi passada a visitar Rovaniemi e a fazer compras. O dia seguinte foi passado em viagem. Tivemos de apanhar comboio, 2 autocarros e finalmente outro comboio para chegar a Gällivare, uma cidade a norte da Suécia, a cidade mais a Norte que visitámos. Gällivare é conhecido pelas suas minas, umas das maiores da Europa e até mesmo do Mundo. Infelizmente não tivemos tempo para as visitar. Já chegámos perto das 19h e estávamos bastante cansados. Fomos super bem recebidos na pensão que tinhamos marcado. Rapidamente percebemos que era uma pensão familiar. Assim que chegámos foi-nos oferecido café ou chocolate quente. Pedimos que nos indicassem um supermercado pois o dia seguinte era de viagem também e precisavamos de comprar algumas coisas, além do jantar para essa noite. O dono explicou-nos que à aquela hora já não havia muita coisa aberta e prontificou-se a levar-nos ao supermercado mais próximo. Acabou por ser a mulher dele, uma sra. filipina, que nos levou e que esteve pacientemente à nossa espera no carro enquanto faziamos as compras.
Na manhã seguinte saimos cedo. O objectivo foi apanhar novamente o Inlandsbanan e fazer outro dos seus percursos, desta vez o dia todo. Desta vez conseguimos ver renas. Infelizmente não consegui fotografar nenhuma. Muita água, muitos lagos, muitos rios e ribeiros e muitas árvores. Parámos quando passámos a Linha do Círculo Polar Ártico, desta vez assinalada só por placares já que estávamos no meio do campo e recebemos uns diplomas pela passagem. Aproveitamos para experimentar mais alguns pratos típicos suecos: umas bolas de puré de batata recheadas com fiambre, rena novamente e um gelado com cobertura de um doce feito à base de cloudberry's, um fruto amarelo semelhante às amoras e com sabor parecido ao mel. A viagem foi feita na companhia de uma excursão de alemães que ao jantar largaram tudo para fotografar um comboio de carga absolutamente normal. Há gente estranha. Fui perseguida pelo comboio (estava tudo controlado) quando saímos para ver um rio.
A viagem acabou por se tornar cansativa por ser tanto tempo e concluímos que o primeiro percurso que fizemos foi o que gostamos mais. No final do dia estavamos novamente em Östersund aonde ficámos a dormir. No dia seguinte seguimos para a Noruega. O objectivo era chegar a Oslo. A viagem foi feita com as sobressaltos. Começou por achar que íamos de comboio e já estávamos na plataforma certa quando veio um sr. ter connosco e explicar-nos que afinal tinhamos de ir primeiro de autocarro. Mais tarde percebemos que parte da linha estava em obras e por isso tivemos de fazer parte do percurso de autocarro e só depois apanhar o comboio. Chegámos a Trondheim pensando que depois era só apanhar o comboio para Oslo depois de almoço. O único comboio do dia estava lotado! O preço para ir de autocarro era algo impensável e tinhamos hotel marcado para essa noite. Disseram-nos para falarmos com o condutor do comboio para saber se podiamos viajar mesmo assim. Com a neura nem quis ir ver a cidade. Apanhámos uma seca na estação. Felizmente o condutor era simpático e deixou-nos viajar na mesma, bem com a um grupo de rapazes de nuestros hermanos que estavam na mesma situação. A situação acabou por se tornar divertida porque cada vez que o condutor fazia um aviso pelo rádio acabava sempre a dizer que iam tentar ajudar todos os que não tivessem lugar a arranjar sítio onde ir. Felizmente fomos sempre sentados até porque os lugares não estavam ocupados a viagem toda. Com algumas mudanças a meio da viagem, fomos sempre confortavelmente instalados. Chegamos a Oslo já tarde, mas as ruas estavam apinhadas em gente. Oslo tem imensa vida à noite. O nosso hotel ficava na rua de esquina com o Hard Rock Café. Sabendo isto e vendo depois o quarto de hotel rapidamente concluimos que não iamos de certo pagar só os 73 euros por noite anunciados no site, mas resolvemos não pensar muito no assunto :p. A viagem por Oslo fica para o próximo post.

29 outubro 2006

Interrail - Parte 5: De Östersund a Helsínquia

Bem, após outra pausa prolongada devido à falta de tempo cá estou eu para continuar o relato da viagem.
Pouco passava da hora de jantar quando apanhamos o comboio em Östersund. A viagem ia ser curta pois tinhamos d mudar de comboio novamente por volta das 23h. Neste comboio conhecemos uma das personagens da viagem: uma rapaz alemão, com um inglês horrível e do qual eu não percebi muito, de óculos garrafais e que viajava unicamente em comboios nocturnos com uma mochila pouco maior do que a que a maioria dos miúdos usa na escola. O rapaz metia conversa com toda a gente, mas poucos percebiam o seu inglês misturado com alemão. O mais caricato é que insistia em que lhe dessem a morada, ainda que só conhecesse as pessoas à 5 minutos, esticando um caderno de escola e escrevinhando a dele num qualquer papel que tivesse no bolso (ainda estamos à espera que ele escreva...). No mesmo caderno coleccionava os carimbos das várias estações por onde passava. Confesso que nem me tinha ocorrido que as estações tinham carimbos quanto mais coleccioná-los... Trazia com ele uma máquina fotográfica ainda de rolo e um walkman (sim.. ele ainda usava os velhinhos walkman's). Conhecemos também a primeira "vítima" que este rapaz tinha feito quando chegou ao comboio, uma rapariga sueca de 25 anos que nos ensinou a pronunciar algumas palavras em sueco decentemente e nos falou um pouco dos seus conhecimentos dos povos nórdicos. Também tentou aprender algumas palavras em português, mas acho que ainda é mais dificil para eles aprender o português que nós aprendermos o sueco. No banco ao lado iam uns senhores de algum país ali da zona arábe que também tentaram entabular conversa connosco, mas o inglês deles também não era famoso...
A viagem estava a ser interessante, mas foi curta. Tivemos de mudar de comboio e o comboio seguinte deve ter sido o pior em condições que apanhámos. Aquilo parecia saido da Segunda Guerra Mundial... Os bancos rasgados, a cair de velhos, cheios de pó e nódoas, as portas dos compartimentos mal abriam de tal modo que tivemos dificuldade em entrar num. Em cima da mesinha do compartimento tinham uns pacotinhos com água que nós achamos melhor não experimentar. Sim, aquela gente bebe água em pacote e até mesmo em lata. É incrivel a variedade de águas com mais ou menos gás, com ou sem sabor que eles têm lá para cima. O comboio ia quase vazio e deu para esticarmos os saco-de-cama e dormir um bocado até às 3h da manhã. A esta hora tivemos de sair e ficar à espera na estação até às 5h30 por um autocarro que nos levasse até Umeå onde iriamos apanhar o barco para a Finlândia. Nessa noite não dormi muito como se pode constatar. À hora prevista lá apanhámos o autocarro. Chegados a Umeå tivemos de perguntar para onde era o porto dos barcos para a Finlândia e o motorista do autocarro apontou-nos outro autocarro parado no sentido oposto. Outro autocarro? Seria assim tão longe? Era! Incrivelmente longe! Não faço ideia por que raio fizeram um porto tão longe da cidade. Nova espera na estação dos barcos depois de gastarmos uma fortuna nos bilhetes de barco e jurarmos para nunca mais.
O barco foram 4 horas, algumas das quais a dormir, num barco cheio de motards. Já perto da hora de chegar, lembraram-se de anunciar que quem precisasse de táxi à chegada para ir avisar à cafetaria. Lá fui eu perguntar senão havia nenhum transporte sem ser táxi. Não havia... Qual é a ideia de construir uma estação de barcos e não colocar transportes? Eu sei que o barco também transporta carros, mas nem toda a gente ia de carro. Enfim, depois de gastarmos uma pequena fortuna estávamos finalmente em Vaasa, Finlândia. Nova espera na estação de comboios, onde aproveitamos para almoçar, e depois da hora de almoço apanhámos o comboio para Tampere, o nosso destino na Finlândia para essa noite.
Tampere é uma cidade não muito grande e é uma das mais importantes do país já que tem grande importância industrial. Pela cidade vêm-se várias chaminés de fábricas dando a entender a importância da parte industrial.

Quando chegamos estava a haver uma prova qualquer tipo triatlo no parque da cidade por onde passa o rio que se vê na foto. A cidade é muita gira e tivemos pena de não ter muito tempo para a ver melhor. Aqui descobrimos rapidamente o gosto pela bebida dos finlandeses. É frequente andarmos pela rua e vermos pessoas com pack's de cervejas ou pessoas sentadas a beber junto dos lagos ou jardins. E começam desde muito novos... Felizmente não incomodam ninguém e são um povo afável. Na tarde do dia seguinte seguimos para Helsínquia.

Helsínquia é uma cidade linda. Adorámos. A mistura de culturas é óbvia em toda a cidade. A cidade sofreu um grande incêndia por volta de 1800, altura em que estava sobre o domínio russo, e foi reconstruída à semelhança de S. Petersburgo. Os edifícios com influência russa são uma constante. As próprias pessoas já têm alguns traços fisionómicos semelhantes aos russos. Existem várias lojas de souvenirs russos e vai-se à Rússia em pouco tempo de comboio. Após a independência dos russos houve um explosão de nacionalismo e tentaram criar uma cultura finlandesa. A maioria dos edifícos são novos e um paraíso para quem gosta de arquitectura. Em cima, na foto, é a Catedral da cidade. É um edifíco enorme e magnífico, um dos meus preferidos na cidade. Ao lado está a Catedral Ortodoxa, outro edifício maravilhoso onde se pode ver a influência russa. As pessoas são super simpáticas. Houve um sr. que nos viu às voltas com o mapa e parou para nos ajudar sem que nós pedirmos. Fomos bem recebidos em todo o lado. Nem toda a gente fala o inglês, mas mesmo falando pouco mostram-se sempre prestáveis e tentam perceber e ajudar. A cidade tem um excelente sistema de transporte que nós fizemos questão de aproveitar. Tem um eléctrico que, além de fazer parte do sistema de transporte da cidade, é também turistico, parando nos pontos de interesse principais da cidade. Como Helsínquia é grande usamos bastante este transporte. Há muita coisa para ver na cidade. Gostámos particularmente das Catedrais, do monumento ao Sibelius (compositor finlandês) e da Igreja feita no meio da rocha (foto em baixo). Esta última é uma Igreja construída na rocha e, como se pode ver pela foto, o interior é todo em rocha. Vista de fora confunde-se com a paisagem e por dentro é muito simples, muita mais parecida com aquilo que eu acho que deviam ser as igrejas.

Helsínquia é de facto uma cidade a voltar e conhecer melhor. Depois de dois dias na cidade decidimos seguir viagem. A continuação fica para o próximo post.

05 outubro 2006

Interrail - Parte 4: Inlandsbanan entre Mora e Östersund

Após uma longa interrupção lá consegui arranjar tempo para continuar o relato da viagem. Como prometido vou explicar o que é o Inlandsbanan.
À alguns anos, a linha de comboio que percorre o interior da Suécia teve de ser fechada por falta de utentes. A companhia responsável pela linha vendeu-a aos municípios pelos quais a linha passava. Estes decidiram manter a linha, utilizando para tráfico de comboios de mercadoria e criaram o Inlandsbanan. O Inlandsbanan é um comboio turistico, com uma ou duas carruagens, que percorre a linha. Esta foi dividida em três percursos que podem ser feitos em dois ou três dias, se se fizer os os percursos por inteiro, ou no tempo que se quiser se se optar por ir saindo nalgumas das paragens que o comboio faz para se aproveitar e conhecer melhor as terras por onde o comboio passa. O interessante é, não só o magnífico percurso, como o facto de sermos acompanhados por um/uma guia que nos vai explicando o que se vai vendo e dando informações sobre as terras e regiões por onde o comboio passa. O comboio faz algumas paragens, ora para ver alguma coisa que o guia acha interessante, ora para comer alguns pratos ou doces típicos.

Nós começamos por fazer o percurso entre Mora e Östersund. Às 7h15 da manhã já nós estavamos a apanhar o comboio. Neste percurso fomos acompanhos por uma guia super simpática que nos forneceu imensa informação e que esteve sempre disponivel para nos retirar dúvidas.
A primeira paragem foi para ver uma toca de urso usada. Convém esclarecer que não há qualquer perigo pois, como nos foi explicado, cada toca é usada uma única vez. Além disso os ursos são animais tímidos que ouvem e cheiram muito bem, mantendo-se à distância.

A paragem seguinte foi para tomarmos o pequeno almoço. Parámos então numa antiga estação, que à semelhança da maioria das estações por onde o comboio passa, foi convertida em casa de habitação. Na estação esperáva-nos uma sra. com ar de avózinha e que vendia bolos de canela caseiros, café e chocolate quente. Tenho a dizer que os bolos eram uma maravilha.
Mais à frente fizemos nova paragem para descansar e esticar as pernas. Nesta estação esperáva-nos outra avózinha que se encontrava a vender artesanato. Foi-nos ainda possível ver algumas fotos de ursos que a sra. e o marido conseguiram tirar num raro encontro com ursos que passeavam na estrada.
O almoço foi escolhido com antecedência. À entrada no comboio é nos dado um menu onde podemos ver as paragens e o que há para comer em cada uma delas. Os almoços e jantares precisam de ser encomendados com antecedência. Nós optamos por experimentar rena e alce. Quando chegámos ao restaurante já tinhamos os pratos feitos e foi só pagar e comer. Qualquer um dos pratos estava delicioso, mas confesso que fiquei satisfeita por ter escolhido a rena porque me agradou mais. Foi uma excelente forma de experimentar pratos típicos e nem foi muito caro. Doutra forma seria díficil experimentarmos pratos típicos porque há muito poucos restaurantes nas cidades e os que há são extremamente caros. Isto deve-se à falta de hábito que estes povos têm de ir comer fora.
Perto das 14h estavamos em Östersund. Adorámos a viagem e replaneamos a nossa viagem de forma a mais tarde pudermos fazer mais um dos três percursos do Inlandsbanan. Ao contrário do ques estavamos à espera, não vimos renas. No entanto, foi uma óptima forma de conhecer a parte mais natural da Suécia. Deparámo-nos com um país cheio de lagos, rios e árvores. Östersund fica à beira de um enorme lago. Estava imenso calor e tivemos pena de não saber se podiamos tomar banho. Acabámos por nos dirigir até à cidade e passámos a tarde a ver lojas, já que pouco mais à para ver. À noite seguimos para a Finlândia, mas isso fica para o próximo post.

25 setembro 2006

Pedido de desculpas e E. coli

Pois é.. já devem ter reparado que não tenho actualizado o blog. Ainda tenho muito para contar sobre a viagem, mas o tempo ultimamente tem sido pouco. O projecto do curso está a tomar muito tempo e também têm acontecido alguns emprevistos que me têm tomado algum tempo. Por isso, as minhas desculpas áqueles que aqui têm vindo e não têm encontrado o blog actualizado. Vou tentar arranjar tempo para continuar com o relato da viagem.
Entretanto não posso deizar de comentar a notícia sobre a Escherichia coli andou a causar problemas nos EUA. É divertido ouvir falar da pobre E. coli como se ela se trata-se duma daquelas bactérias muito más e perigosas quando há umas boas centenas de pessoas a trabalhar diariamente com ela em laboratórios. Para quem não sabe a E. coli é o equivalente bacteriano dos ratinhos e dos macacos. São as cobaias do laboratório e agora revoltaram-se! Também acho interessante ninguém explicar que todos nós temos uns milhares de E. coli nos nossos intestinos e que, no sítio certo, estas bactérias não fazem mal a ninguém. Para variar, os jornalistas gostam exagerar... E viva a E. coli!

13 setembro 2006

Uma notícia sobre o Bush

Resolvi fazer uma pausa no meu relato sobre o meu Interrail para comentar uma notícia que ouvi ontem.
Nesta altura em que se relembra o aniversário do 11 de Setembro, quando todos nós somos entupidos com documentários, reportagens, filmes e afins sobre esta data, à semelhança do que acontece todos os anos por esta data, e em que o "ilustre" presidente dos EUA deve festejar o aniversário da sua guerra, chega uma notícia, no mínimo curiosa... Finalmente, após vários anos de mandato, os cientistas confirmaram aquilo que todos nós já suspeitavámos à muito tempo: O Bush é o segundo presidente mais burro de todo a história dos EUA!
Bem me parecia que havia qualquer coisa de errado com o sr. ....

08 setembro 2006

Interrail - Parte 3: De Malmö a Mora

Depois de 2 dias e meio em Copenhaga, apanhámos o comboio para Malmö. Malmö é uma cidade relativamente pequena no sul da Suécia e que fica a cerca de 40 minutos de comboio de Copenhaga. Passámos a manhã a visitar a cidade. O ponto de partida foi o castelo que me desapontou bastante. Parecia um pouco ao abandono e a maioria das coisas estavam fechadas, logo não havia muito para ver. Seguimos para a parte nova onde se encontra a torre do Calatrava. À parte da torre, pouco mais está concluído. É uma área ainda em construção e onde não há muito mais para ver.


Voltámos para o centro da cidade que, diga-se de passagem, não é muito grande. O centro é uma mistura de edifícios antigos com alguns mais recentes. Também aqui não há muito para ver. A cidade pareceu-nos bastante calma e bonita, mas sem grandes pontos de interesse turistico.
À tarde seguimos para Kalmar. Kalmar é uma localidadezinha na costa a alguns quilómetros a sul de Estocolmo. A única atracção é o bonito e bem conservado castelo medieval. É um sítio muito bonito, mas extremamente calmo. Calmo até demais! O turismo aqui vive da terceira idade que procura descanso e das pessoas que, tal como nós, vão ali exclusivamente para ver o castelo que o nosso guia indicava como uma coisa a não perder. Além do castelo existem alguns museus que não visitámos e uma bonita e simples igreja. Para o Norte da Europa constatámos que as igrejas são do mais simples possível, bem diferentes das nossas. Na tarde em que chegámos só conseguimos ver a igreja e dar uma volta para conhecer o sítio. Na manhã seguinte fomos visitar o castelo. Tivemos algum azar com o dia, estava nublado e ainda choveu um pouco enquanto visitavamos o castelo. Este é de facto um motivo de atracção. Está muito bem conservado e tem muito que ver, além de ter uma vista magnífica.

Valeu a pena a paragem neste sítio. Por volta da hora de almoço apanhámos o comboio para Estocolmo. Estava na altura de ir visitar a capital sueca. Confesso que não gostei de Estocolmo. É uma cidade escura, confusa e já com muita agitação. É talvez a mais internacional das capitais do Norte. Tal como seria de esperar, água por todo o lado. Estocolmo é cheia de largos canais e, por consequência, de inúmeras pontes. A parte antiga da cidade faz lembrar os bairros antigos de Lisboa, cheios de ruas apertadas e inclinadas. Por qualquer motivo que desconheço, é frequente sentir-se em vários sítios de Estocolmo um mau cheiro inexplicável, semelhante a vomitado. Muito mau! Tivemos oportunidade de assitir, por mero acaso, ao render da guarda do Palácio Real, residência oficial da família real sueca. Estava um sem fim de pessoas para assistir, mas eu confesso que acabei por desistir. Os senhores falavam muito, mas faziam muito pouco. Não vale a pena o tempo à espera para ver o render da guarda. A parte mais interessante é provávelmente aquilo que é vulgarmente conhecida como a Ilha dos Museus. A Ilha dos Museus é uma pequena ilha onde se encontram concentrados vários dos museus de Estocolmo, bem como um pequeno castelo. É bastante diferente do resto de Estocolmo, sendo mais um grande jardim que uma parte da cidade. Só tivemos tempo para visitar o Museu de Arquitectura, gratuito, e bastante interessante. Seguimos depois para a parte mais recente da cidade onde existem enormes ruas pedonais, repletas de lojas e sobretudo atulhadas de pessoas.

Penso que talvez não tenhamos conhecido a verdadeira Estocolmo. Mais tarde, encontrámos um rapaz alemão que tinha adorado Estocolmo. Para nós, Estocolmo como cidade foi uma desilusão. No entanto, vai ficar marcado pelas amizadades que aí fizemos. A primeira foi um dos recepcionistas do nosso hotel. Um rapaz pouco mais velho que nós, de longos cabelos ruivos e rosto sardento, com o hábito de usar pastilhas de nicotina sobre os dentes da frente, o que lhe dava um ar esquisito à primeira vista. Foi super prestável, ajudou-nos enquanto procuravamos na net por alojamentos, traduzindo os sites que estavam exclusivamente em sueco e acabou por ser ele que nos arranjou alojamento para a localidade a seguir, telefonando para o hotel de lá, uma vez que nós de sueco apanhávamos muito pouco. Além disso, mostrou-se sempre disponível para nos dar indicações sobre Estocolmo e sobre a Suécia, dando sugestões para o percurso e esclarecendo as nossas dúvidas. Revelou ainda uma enorme curiosidade sobre Portugal e sobre nós. Passámos muito tempo à conversa com ele. Outra amizade que fizemos foi com um sr. brazileiro, Valdir, que estava alojado lá no hotel. Assim que ele descobriu que eramos portugueses meteu logo conversa connosco, mostrou-nos fotos da família toda e dos inúmeros amigos e contou-nos a história da sua vida. Este sr. tem uma deficiência na perna e trabalha na rua à 14 anos fazendo malabarismos com as muletas e com uma bola de futebol. Segundo ele, já apareceu em vários jornais e telejornais. Tivemos oportunidade de assistir um pouco quando o encontrámos na rua e, pessoalmente, tenho de confessar que este brasileiro é "show de bola"! É impossível de esquecer a alegria, orgulho e sobretudo saudade com que fala da família e do seu país. É também impossível de esquecer a tristeza de meses de solidão em quartos de hoteis que por vezes lhe surgia no olhar. Valdir é uma daquelas pessoas excepcionais que nos marcam e nos dão uma lição de vida. É incrível como alguém que não fala quase nada de inglês e insiste em falar em português com toda a gente consegue que todos o compreendam. Foi das poucas pessoas que conhecemos nesta viagem com quem trocámos contactos e que vamos enviando alguns mail's de vez em quando.

Deixando as amizades recém feitas e Estocolmo para trás, seguimos para Mora e não, não é Mora no Alentejo, é mesmo uma cidadezinha a norte de Estocolmo e que fica junto a um enorme lago. Além de bonita e acolhedora, esta localidade é bem agitada, bem como as localidades vizinhas em torno do lago. Pelo que podemos constatar nos folhetos que trouxemos do turismo, Mora e alguma das localidades em redor do lago têm actividades durante o ano quase todo. Na altura em que fomos estava a haver uma concentração de carros antigos numa localidade próxima e Mora estava invadida de relíquias motorizadas. Haviam ainda umas pequenas festas com actividades que me lembraram aquelas que se vê nas feiras populares dos EUA. Tivemos pena de não ter muito tempo para ver melhor esta cidade. Mora é ponto de passagem de uma importante competiçao de ski e é um dos pontos de início do Inlandsbanan. O Inlandsbanan é um comboio turistico que se divide em 3 percursos, dos quais nós fizemos dois. No próximo post explicarei melhor o que é isto do Inlandsbanan.

26 agosto 2006

Breve ausência

Vou-me ausentar por uma semana e por isso o blog vai ficar sem actualização durante esse tempo. Quando regressar contínuo com o relato do Interrail.

24 agosto 2006

Interrail Parte 2: Segunda viagem e Copenhaga

A viagem para Copenhaga foi um pouco atribulada. Começamos por entrar na carruagem errada e, senão tenho perguntado ao revisor se estavamos no sítio certo, teríamos ido para a Berlim em vez de irmos para Hamburgo onde mudávamos de comboio.
Já na carruagem certa, concluímos que o nosso compartimento ia demasiado cheio e resolvemos procurar outro. Encontramos um onde só ia uma rapariga que rapidamente meteu conversa connosco. Ficámos a saber que era alemã de Berlim, mas que actualmente vivia em Hamburgo, cidade que ela nos aconselhou vivamente a visitar. A míuda falava pelos cotovelos e durante uma boa meia hora ou mais não tivemos descanso. A sorte foi ela estar cansada e às tantas lá se deitou no banco para tentar dormir. Rapidamente a imitámos pois o cansaço também era muito para os nossos lados. O compartimento estava um caos, incluindo um banco partido, e foi um pouco difícil arranjarmos maneira de nos deitarmos, mas lá conseguimos.
Já dormiamos à um bom bocado quando sinto a porta do compartimento abrir e vejo um senhor sem saber se nos havia de acordar ou não. Ia para me levantar, mas acabei por ter de acordar toda a gente porque atrás do senhor estava uma fila para entrar para aquele compartimento. Bem que nos tinham avisado que o comboio ia cheio... Resumindo: tivemos de ir para o nosso já atulhado compartimento onde foi um sarilho para arrumar as bagagens de toda a gente e para dormir ainda foi pior.
No nosso compartimento iam um senhor inglês com cara de boneco de cera do senhor simpático, um casal de cor, cujo senhor passou a noite toda a cantar de pé, à janela, no corredor, e um senhor venezuelano que parecia aqueles generais da legião estrangeira que se vê nos filmes. Felizmente para nós era só aparência e o senhor revelou-se ser super simpático e deu-nos conversa durante a manhã toda, contando-nos que já tinha viajado por 35 países, vivendo 2 meses na maioria deles, mas era da Suécia que ele gostava mais. Falou-nos um pouco da Venezuela e tenho a dizer que depois daquilo não fiquei com grande vontade de conhecer...
Para variar o comboio atrasou-se 1 hora. Menos mal para nós que ficámos menos tempo à espera em Hamburgo.
À chegada a Coepnhaga estava a chover, felizmente não passou daquela chuva "molha parvos" que passou enquanto estávamos no hotel e assim podemos visitar a cidade sem problemas.
Copenhaga é completamente diferente de Paris, mas nós adorámos completamente. Quase não parece uma capital. O centro é pequeno e facilmente se conhece a cidade a pé. O centro propriamente dito está separado da zona residencial, bastante mais calma, por enormes lagos e jardins de que fica aqui um exemplo.

Em Copenhaga senti-me como que em casa. É uma cidade acolhedora, de pessoas simpáticas e prestáveis, com uma arquitectura harmoniosa e de prédio não muito altos, o que torna a cidade bastante acolhedora. O centro é um pouco mais agitado, com bonitos edíficios antigos, ruas pedonais cheias de lojas e com muito movimento. Fica a foto do Town Hall.

A cidade é pautada pelas bicicletas. Toda a gente se desloca de bicicleta, independentemente do tempo ou da idade. Senti que era mais fácil ser atropelada por uma bicicleta que por um carro. Felizmente não passaram de uns "tlim-tlim"'s...

Além do centro destacam-se a Little Mermaid (claro!) e o bonito e agitado canal.

Além do centro, Copenhaga tem ainda várias ilhas mais pequenas, todas elas quando alguma coisa de interesse para ver. Aqui vou destacar Cristiania, um bairro onde os hippies e afins vivem em comunidade. Aqui pode-se encontrar enúmeras barraquinhas onde eles vendem coisas feitas por eles, desde postais, a roupa, e onde se vive um ambiente especial e particularmente liberal, sem que se sinta qualquer tipo de perigo. Os turistas são bem vindos desde que não se ponham a tirar fotos como se aquilo fosse algum circo. Eu limitei-me a tirar esta foto bastante geral só para que se veja o ambiente desta pequena comunidade.

Copenhaga é uma cidade com muito para ver e que nos ficou no coração. Tencionamos voltar assim que for possível. Foram dois dias e meio muito bem passados. A viagem continou para Malmö, Suécia.

22 agosto 2006

Interrail - Parte 1: Primeira viagem e Paris

Saimos de Lisboa, Santa apolónia, no comboio das 16h01. Assim que entrámos no comboio encontramos caras conhecidas do Ist no compratimento ao lado do nosso. Infelizmente para eles, o compartimento onde iam encheu e passaram uma noite péssima. Nós tivemos mais sorte, além de nós os dois só iam três italianas, Francesca, Valentina e Claudine, no nosso compartimento de 8 pessoas. As raparigas meteram logo conversa connosco e soubemos que já iam na segunda semana de três. Passamos o serão a jogar Uno e as italianas ensinaram-nos a jogar Poker, conhecimento que nos permitiu ocupar alguns tempos mortos no resto da viagem. Quando foi para dormir lá andámos às voltas para arranjar espaço para todos e às tantas uma das italianas preferiu ir dormir para o chão, onde pelo menos conseguia estar esticada. Dormimos mal, encolhidos, mas dormimos... nem todos naquele comboio puderam dizer o mesmo.
Em Hendaye separámo-nos das nossas companheiras de primeira viagem e apanhámos o TGV para Paris. Curtia saber porque raio os franceses cabam tanto o TGV... C'est une merde! Uma hora de atraso!
Já em Paris tivemos sorte de sair na estção mais perto do hotel e 5 minutos a pé bastaram para chegar ao nosso hotel e tomarmos finalmente um banho. Acho que depois de 15 horas de comboio nada sabe melhor que um banho. E aí estavamos nós, prontos para ir à descoberta de Paris.
O primeiro objectivo foi obviamente a Torre Eiffel. Por acaso foi porque dava para ver do nosso quarto e achámos que não devia ser longe. Como rapidamente haveriamos de descobrir as distâncias em Paris são algo enganadoras. Fartámo-nos de andar antes de darmos com o raio da Torre.

Após algumas fotos à torre de vários ângulos resolvemos descansar nos jardins. Passado pouco tempo vieram perguntar ser queriamos uma massagem. Acho que é impossível descrever o meu ar de espanto por me estarem a oferecer massagens em frente à Torre Eiffel. Enfim... A subida à Torre terá de ficar para um dia com menos calor e com filas menores. Nesse dia fomos ainda ver os Inválidos, pássamos junto ao Museu d'Orsay, vimos algumas das famosas e bonitas pontes sobre o Sena e passeamos pela cidade.

No dia seguinte começamos por apanhar uns bons 20 minutos de espera para ver a Sainte-Chapelle, mas vale bem a pena. Adorei. Seguimos para Notre Dame.

É sem dúvida fantástico. Pena que estivesse cheia de turistas barulhentos e japoneses mais preocupados em tirar fotografias a tudo o que se possa imaginar do que em ver a igreja com olhos de ver. Achos que eles só vêm de facto as coisas em casa pelas fotos. Notre Dame é imponente e tem uma beleza que não há palavras para descrever. É daqueles sítios que nos deixam arrepiados no bom sentido. Mais uma vez não sai desiludida. Tive pena de não subir às torres, mas as filas eram enormes e ao sol escaldante e nós desistimos assim que olhamos para elas. Seguimos pelas ruas de L'ile, lindissimas, e passamos o rio até ao Instituto do Mundo Árabe. Aqui fui surpreendida por um edifício moderno, mas que de uma forma original se adapta à função que lhe é destinada e ao povo a que se refere. Seguimos para o Panteão Nacional onde os preços exurbitantes para ver meia dúzia de túmulos nos dessuadiu de entrar. O almoço foi no Mac (que original!). Passámos parte da tarde nos Jardins do Luxemburgo, aconselhados por uma amiga, que são bem bonitos e que nesta altura estão cheios de franceses e turistas que, coitados, queriam estar na praia e não podem, então vão para os jardins de toalhinha e bikini estender-se ao sol.

Seguiu-se a Place de la Concorde, a Ópera, as famosas Galerias Lafayette e finalmente o Louvre.

O Louvre é enorme e às tantas parece tudo igual. Optamos por ver as coisas mais conhecidas. A primeira foi, claro, a Mona Lisa. A Mona Lisa é um quadro minúsculo, enfiado numa ciaxa enorme de vidro ou acrílico, nem percebi bem, colada numa parede sem mais nada, com dois seguranças, um de cada lado, e um cordão que impede que nos aproximemos demais. Está rodeada de gente e foi a custo que vi o quadro como deve ser. Seguiram-se as outras obras menos famosas, mas algumas mais interessantes. Saímos do Louvre com bolhas nos pés e desejantes de chegar ao hotel. Nessa noite caíu uma verdadeira tempestade em Paris.

O terceiro dia ficou para visitar La Villette e La Geòde. Para quem não sabe, a Geòde é uma esfera gigante de metal reluzente. Como o dia não estava grande coisa os turistas também não eram muitos. Seguimos para a Sacré Coeur onde aí sim, estava um sem fim de turistas, sobretudo orientais e que nos dificultaram a subida com os enúmeros pedidos para lhes tirarmos fotos. Tanto a vista lá de cima como a igreja em si são magníficas. Antes de irmos para o metro aproveitamos para comprar alguns souvenirs e seguimos para La Défense e fomos ver o Grande Arche que não é grande, é gigante. Descemos para ver o Arco do Triumfo e para descer Les Champs Elysees, uma avenida gigante, cheia de lojas famosas (e caras). Por último fomos ao Centro Pompidou que para mim não passa de um edifício demasiado moderno.

Por esta altura o cansaço era muito e resolvemos ir para a estação descansar enquanto esperávamos pelo comboio noturno para Copenhaga.

21 agosto 2006

De Volta...

Pois é, ao fim de um mês de Interrail estou de volta ao nosso pequeno país.
Fazer Interrail é sem dúvida uma experiência fabulosa e que eu recomendo vivamente e que tenciono repetir quando puder. Os países que escolhemos, Escandinávia, são lindos e as pessoas muito hospitaleiras. O único senão é serem bastante caros.
Ao longo dos próximos tempos vou tentar fazer um relato da viagem e colocar algumas das muitas fotos que tiramos. Para já fica aquilo que para mim é Interrail.
Interrail é estar preparado para viajar horas sem fim em comboios, para noites mal dormidas em compartimentos cheios, para comer muitas sandes e comprar a maior parte da comida em super-mercados, é estar mentalizado para carregar com uma pesada mochila e vários sacos de super-mercado. Fazer Interrail é conhecer gente de todo o lado e de todas as idades, estar sempre disposto a responder à pergunta "Where are you from?" muitas vezes por dia, é habituarmo-nos a pensar e falar mais em inglês que na nossa língua mãe, é todos os dias ver coisas novas e nunca estar mais de dois ou três dias na mesma cidade, é ir na rua e dizer o que quisermos ou fazer as figuras mais estranhas sem nos preocuparmos em ser reconhecidos ou compreendidos. É uma experiência única, em que nos damos a conhecer e em que ficamos a conhecer mais de nós próprios, onde colocamos as nossas capacidades em prova e onde descobrimos um sem fim de coisas novas e nos enriquecemos a cada minuto. É uma experiência para a vida.

23 julho 2006

De partida



Aqui vou eu de Interrail durante um mês. Vou tentar actualizar o blog com notícias da viagem sempre que possa. Para quem quiser contactar comigo o melhor meio é enviar um e-mail ou deixar aqui mensagem já que não vou levar o meu número habitual de telemóvel.

Umas boas férias para todos e espero que se divirtam tanto como eu espero divertir-me nesta vaigem.

16 julho 2006

Quase de partida












Bem agora que os exames estão finalmente quase a acabar e já cheira a férias, vou deixar aqui uma pequena amostra do que espero ver nestas minhas férias.
Para quem não conhece, a primeira foto é em Rovaniemi na Filândia, pertinho da terra do Pai Natal e localizada sobre a linha do Círculo Polar. A segunda é a conhecida foto da Little Mermaid em Copenhaga e a terceira é uma foto dos Fjords noruegueses.
Espero voltar cheia de fotos tiradas nestes sítios e noutros ainda mais bonitos.
Quem quiser postais faça favor de pedir.

09 julho 2006

Rescaldo do Mundial

Até agora evitei o assunto Mundial porque resolvi esperar para ver até onde esta Selecção nos podia levar. Levaram-nos longe, a um honradíssimo quarto lugar. No entanto, e apesar do bom resultado e de algumas exibições individuais de alguns jogadores serem dignas de registo e de estarem entre os melhores do Mundo, à que dizer que tivemos muita sorte pelo caminho e que alguns dos nossos jogadores tem uma certa aptidão para o teatro (diga-se de passagem que sem grandes resultados práticos) o que nos fez ganhar uma fama de fiteiros a somar ao quarto lugar. Ontem, no último jogo, tiverem um desaire, alguns momentos infelizes, um resultado que provavelmente não exprime o que se passou realmente. Como já li alguém escrever, como dizia o nosso treinador, quem joga bonito ia para casa. Foi o que nos aconteceu contra a França.
Alguns jogadores merecem o meu destque por bons ou maus motivos:
Ricardo - Grande, enorme. Fez história e justificou o seu lugar à frente das redes portuguesas. Ontem teve um pequeno azar, mas não foi certamente por culpa dele que perdemos os jogos. Felizmente para todos os benfiquistas que este sr. não faz exibições tão boas no Sporting como na Selecção :p
Pauleta - O furacão dos Açores não passou de uma leve brisa que não chegou para incomodar nenhum dos nossos adversários. Não se tinha perdido nada se tivesse ficado no banco. Ontem uns comentadores diziam que Portugal jogou a maior parte do tempo com 10 porque Pauleta nem chegava para fazer número. Concordo plenamente.
Ricardo Carvalho - O sr. da defesa. A sua ausência tem resultados desastrosos. Esteve quase sempre bem.
Miguel - Este homem esforça-se e dá tudo o que tem. Grande Mundial. Pena que mais uma vez tenha saído lesionado. Parece que a sorte não o acompanha nestes campeonatos, saindo sempre lesionado antes dos últimos jogos.
Figo - O capitão sem dúvida. Rasgos de genialidade, mas poucos devido ao uso excessivo. Foi sem dúvida a força psicológica de equipa, levou-os às costas nesse campo. Uma grande despedida.
Ronaldo - O puto maravilha podia ter feito mais. Teve um início longe de ser brilhante e em alguns jogos mostrou que pode ser bastante individualista. A fama subiu-lhe demasiado à cabeça. Esteve bem nos últimos jogos, resistindo às provocações e assobiadelas do público que parece que o vão perseguir por algum tempo.
Maniche - Grande! Como é possível que um jogador assim esteja quase desempregado? Correu quilómetros, marcou golos, defendeu, fez de tudo um pouco sem perder a forma.
Quanto aos restantes tiveram grandes momentos e outros menos felizes, mantendo uma exibição regular ao longo dos jogos. Em relação ao seleccionador, fez muito pela equipa, é verdade, mas parece ter antipatizado com algumas pessoas e é de ideias fixas. Não conseguiu surpreender ninguém com a equipa escolhida para cada jogo e até as substituições eram previsiveis de tão repetitivas que foram. No jogo com a França decidiu entrar em provocações com o seleccionador francês não sei bem a que propósito. Será que também tem uma queda para o teatro?
Quanto às restantes equipas, o Brasil foi talvez a maior desilução. Muito se esperava duma equipa de estrelas que não ofuscaram nem sequer brilharam por aí além. Tive pena que Angola ficasse pelo caminho logo na fase de grupos. Um dos povos mais animados em prova, levando uma alegria contagiante à qual nem os alemães conseguiram resistir. Esperava ter visto mais da Argentina que parecia estar em grande forma, mas é a tal história, quem jogou bonito foi para casa mais cedo. Resta-me criticar os ingleses pelo jogo psicológico exagerado que tentaram fazer antes do jogo, inventado entrevistas, provocando jogadores e imprensa portuguesa, fazendo pressões na FIFA. Mereceram perder por tudo o que fizeram dentro e fora do campo.
Toda a nossa equipa está de parabéns porque mais uma vez fez os portugueses sonhar bem alto e fizeram um dos melhores campeonatos de sempre. Resta saber se serão precisos outra vez 40 anos para voltarmos a sonhar.
Não posso deixar de registrar alguns exageros por parte dos adeptos portugueses, incluindo aquela queda fantástica de Marquês de Pombal. Mas qual é a necessidade de subir à estátua para festejar? Nem as vacas do Cow Parade se safaram e foi necessário colocar fedações em torno das vaquitas para não haver abusos.
E hoje... que vença a Itália!

07 julho 2006

Eu e a minha incompreensão sobre D'ZRT

Ora andava em farta de estudar quando decidi ligar a Tv para tentar saber quê que se andava a passar no Mundo já que era hora do Telejornal. Estava eu no meio do meu zapping pelos canais portugueses quando vejo que na Tvi estava a dar uma notícia em que a sra. jornalista se queixava do barulho de um helicóptero que estava a chegar, rodeada de gente nova. Parei para ver o que era, convencida que seria algo importante. Não era. Eram os D'ZRT a chegar por este meio a um concerto. Como raio é que não me lembrei que Tvi e miúdas aos berros implica directamente D'ZRT?
Depois seguem-se as observações e perguntas parvas. Primeira observação parva da jornalista: "Estes D'ZRT, quê que mais lhes faltará fazer? Candidatura à presidência?". Sim, claro. Porque não? Pior do que isto já está não vai ficar de certeza.
Segue-se a pergunta parva às fãs: "Então conhecem as músicas dos D'ZRT?". Hmm.. parece-me que se são fãs há uma grande probabilidade de conhecerem não? Mas se calhar não, se calhar vão lá ver o rabo do Zé Milho que insiste em usar calças 10 números acima do que deveria vestir, mantendo assim os seus atributos bem à vista (e aquela crista entre o punk e o ridículo também não se parece com nada).
Depois a sra. pergunta se já foram a muitos concertos da banda. Resposta: "Sim, alguns... talvez uns 50. Ela (aponta para a rapariga ao lado) já foi a 70." Alguém me explica quê que esta gente faz na vida para irem a 70 concertos? Não estudam? Não vão à escola? Ir a concertos de D'ZRT agora virou profissão. Qualquer dia temos sindicato e tudo.
A isto seguiu-se uma tentativa de entrevista com a banda por cima do som de helicóptero que, obviamente não resultou em grande coisa.
Enfim, com isto concluí que devia ficar-me pelos jornais escritos e retirar a Tvi da minha lista de canais sintonizados.

29 junho 2006

Falta de tempo...

















Começo a estar cansada de não ter tempo para nada. Passo os dias a olhar para as sebentas e para os cadernos, a correr para o IST e voltar rapidamente para casa para voltar a estudar. E foi assim todo o ano.
Falta-me tempo para os meus amigos, para a minha família, para o meu namorado e, pior de tudo, falta-me tempo para mim. Já perdi a noção de à quanto tempo não tenho tempo para ouvir um cd do princípio ao fim. A minha lista de livros para ler aumenta a passos largos, bem como a lista de filmes para ver. Ainda tenho prendas de Natal e de anos para entregar. Tenho um rol de cafés para combinar, amigos para ver, família para visitar e nenhum tempo para fazer nenhuma dessas coisas.
A viagem para as férias tem sido programada em pequenos intervalos entre o estudo. Vá, 5 minutos de pesquisa agora, mais 10 minutos mais logo... Retiro uma manhã ou uma tarde de vez em quando para comprar as coisas que fazem falta ou para tratar de alguns papeis ou até mesmo para ir ao médico.
E os dias parecem não correr, o calendário parece preso num dia, numa semana. As férias que não chegam, o tempo que não vem..
As minhas desculpas a todos aqueles que aguardam pacientemente que eu tenha tempo para estar com vocês, a todos aqueles para quem não tenho sido uma amiga muito presente. As minhas desculpas à família por não ter mais tempo para os visitar. As minhas desculpas ao meu namorado pela falta de tempo para estar contigo. E finalmente, as minhas desculpas a mim mesma por não ter tempo para cuidar de mim, para fazer as coisas que mais gosto, para ler os livros que se acumulam nas prateleiras ou para ouvir os cd's à muito arrumados.
É assim a falta de tempo.

22 junho 2006

Época de exames

Época de exames normalmente não é uma grande altura e este semestre em particular a minha está a ser um martírio. Eu explico.
Primeiro conseguiram acumular todos os meus exames em apenas um semana em cada época, o que implica que tenho no máximo 2 dias de intervalo, na melhor das hipóteses. No entanto, a maioria está mesmo em dias seguidos. Bestial para estudar! Outro pormenor que faz esta época de exames um tormento é estar calor, dar vontade de ir para a praia e não puder por se ter resmas de sebentas para ler. Além disso somam-se alguns factores que geralmente não me aconteceram noutras épocas anteriores. O primeiro é mesmo o Mundial. Bolas, quem é que marcou exame para um dos dias de jogo de Portugal com o exame a começar 10 minutos depois do jogo acabar??????? Depois há uma viagem fixe nos meus planos de férias e só me quero ir embora. Estou verdadeiramente farta do IST.
Como se tudo isto não fosse suficiente, após anos sem vizinhos no andar por cima do meu, ainda mais anos com essa casa à venda e adivinhem lá quando é que venderam a casa e se lembraram de fazer obras e mudanças? Exacto, este mês. Hoje acordei com o horrível som de marteladas ainda não eram 9h da manhã e parece que isto ameaça prolongar-se por mais uns dias, senão mesmo semanas. Para animar mais ainda a coisa, estão a construir um prédio aqui na rua, a cerca de dois prédios de distância do meu. O.K, é distância suficiente para supostamente não ouvir grande coisa, mas de facto os sr.'s que lá trabalham acham fixe passar o tempo a cantar e gritar uns com os outros como senão houvesse amanhã.
Portanto, tudo isto somado torna a minha época de exames um verdadeiro inferno e antes de começar já estava farta.
Nota: Se alguém tiver informações úteis sobre o Norte da Europa faça favor de dizer e quem quiser postais de recordação também :p

16 junho 2006

Boas recordações


Esta fotografia e a música trazem-me excelentes recordações, fazem-me lembrar férias e não há muitas coisas que quisesse mais agora que ir de férias. E, senão me engano, isso deve ser um sentimento comum a muita gente. A foto foi tirada algures ao pé da Zambujeira do Mar. Espero que no final das férias deste ano tenha fotos de sítios bem mais longínquos (tipo Norte da Europa) para colocar aqui. A música, para quem não conhece, é do Jack Johnson.
A quem está em casa a estudar como eu, bom estudo e boa sorte para os exames/frequências.

There's no combination, No words
I could put on the back of a postcard
No song that I could singBut I can try for your heart
Our dreams, and they are made out of real things
like a shoebox of photographs
with sepia-toned loving
Love is the answer
at least for most of the questions in my heart like
Why are we here? and where do we go?
And how come its so hard?
Not always easy and
sometimes life can be deceiving
I'll tell you one thing it's always better when we're together
Mmm, Its always better when we're together
Yeah we'll look at them stars and we're together
well its always better when we're together
Yeah, its always better when we're together
And all of these moments
just might find their way into my dreams tonight,
But I know that they’ll be gone
when the morning light sings
or brings new things
for tomorrow night you see
that they’ll be gone too,
too many things I have to do
But if all of these dreams might find their way
into my day to day scene
I'd be under the impression
i was somewhere in between
With only two,
Just me and you,
Not so many things we got to do
or places we got to be
We'll Sit beneath the mango tree now,
yeah its always better when we're together
Mmm We're somewhere in between together
well its always better when we're together
Yeah, its always better when we're together
I believe in memories
they look so, so pretty when I sleep
And when I wake up,
you look so pretty sleeping next to me
But there is not enough time,
There is no song I could sing
and there is no combination of words I could say
but I will still tell you one thing
We're Better together!

10 junho 2006

Lisboa, um lugar estranho.

Realmente Lisboa é um lugar estranho. Ontem tive de ir a Lisboa com a minha mãe e parece que apanhamos tudo o que era cromos..
Primeiro lugar de encontros de 3º grau com gente estranha: Metro dos Restauradores. A primeira situação absurda reporta-se a uns indivíduos de cor negra que se lembraram de forçar as portas do Metro. Resultado: vários minutos à espera que o condutor do metro conseguisse fechar as portas para pudermos sair dali. Após várias (muitas mesmo) tentativas o sr. lá conseguiu que aquilo fechasse. Entretanto já o metro ia completamente a abarrotar. Dá-se então o segundo encontro de 3º grau: uma sra. de aspecto bastante normal e que começa a conversa com: "Não sei como é que os sr.'s do metro vão fazer para manter isto limpo quando for a altura das epidemias. Isto está imundo." O.K., isto não era muito normal, mas fiquei mais preocupada quando ela se põe a recordar o Antrax e que achava que nessa altura as pessoas tinham de limpar os pés à entrada e saída dos aeroportos. Mas a sra. não se ia ficar por aqui, sim porque ela estava mesmo fixada dos microrganismos. Surge então a deixa: "Quando se está de sandálias tem de se ter cuidado para não nos pisarem." Pensava eu que era pelo motivo que toda a gente está a pensar: porque doí! mas não! Segundo ela é mesmo porque pode infectar! A sra. estava obcecada com doenças e infecções. Eu acho que ela até devia ver os microrganismos todos ao pulinhos à volta dela. Não pude deixar de notar o cuidado com que ela saiu do metro, esgueirando-se por entra as muitas pessoas que estavam na carruagem, tentando não tocar em ninguém não fossem estar contaminados.
Bem, depois de um início de viagem atribulado, pensava eu que tinha voltado tudo ao normal e já tinha tido a minha conta de gente estranha por um dia. Pelos vistos não tinha. No final da tarde quando saímos na Baixa tinhamos outra criatura estranha à espera. Surge então um rapaz que só dizia: "por favor minha senhora" e que tentou ajoelhar-se e algumas três ou quatro vezes. O pior é que ele até tinha um ar normal. Inicialmente não estava a perceber que raio é que ele queria com aquele teatro todo. Afinal só queria uma moeda. Já vi gente a receber moedas com muito menos teatro. Não digo que não precisasse do dinheiro, mas não era preciso aquilo tudo. Eu realmente não percebo se tinhamos alguma coisa estranha que atraía gente estranha porque de entre uma multidão de gente fomos sempre as escolhidas. De facto só faltou sermos perseguidas por aquele pessoal indescritivelmente chato que anda por Lisboa a fazer inquéritos. Já agora, alguém me explica quem são as personagens de tenra idade que agora andam à volta do técnico a pedir assinaturas ou lá o que é e que não abrem a boca? Eles já se tentaram dirigir a mim 2 ou 3 vezes, mas só estendem um papel para a frente à espera que eu assine e não dizem nada.. Acham mesmo que assim convencem alguém a assinar? Lisboa é um lugar estranho, mas o Técnico e seus arredores ainda são mais.

06 junho 2006

Um velho problema...

Para quem ainda não reparou, o termómetro acusa temperaturas bem altas. Além de se tornar bastante incômodo sobretudo para quem tem de trabalhar ou estudar, o calor que se faz sentir trouxe de volta ao nosso país o bem conhecido problema de Verão: os incêndios.
Como eu disse, é um velho problema, mas parece que as soluções teimam em não aparecer. Não era já tempo de se tomar algumas medidas? De há uns anos para cá temos assistido impávidos e serenos à destruição da mancha verde portuguesa. Atribuem-se as principais causas à falta de meios e de limpeza das matas. O.K, não somos ricos, é verdade, mas será que não se devia investir mais em equipamentos para combater incêndios já que o número destes incidentes parece aumentar de ano para ano? Quanto à limpeza das matas também não compreendo. A desculpa é que, no caso das privadas, têm de ser os proprietários a limpar. Até faz sentido se de facto fossem obrigados a isso e se fossem gravemente penalizados por não o fazerem. Por outro lado, existem muitas matas que não são propriedade privada e que também não são limpas. Falta de meios outra vez? E que tal incluir a limpeza de matas como serviço comunitário nalgumas penas? E porque não organizar campanhas de voluntariado e porque não pedir colaboração às nossas forças militares em vez de só contarem com elas quando é preciso controlar incêndios? E será que investir também na educação cívica da população, com particular incidência nos jovens, não é uma hipótese a pensar? A meu ver está na altura de se pensar mais em soluções para este velho problema ou qualquer dia não teremos mancha verde no país. A re-plantação de árvores é cara e estes seres vivos levam muito tempo para se desenvolverem, sendo necessários vários anos para se constituir uma mata ou floresta.
Por outro lado, gostava que alguém me explicasse porque raio é que só se chamaram os meios aéreos ao fim de dois dias para combater um incêndio que nunca esteve controlado. Estavam à espera que chovesse?

01 junho 2006

Mais uma foto















Porque o Verão está aí e só apetece ir para a praia, se bem que eu tão cedo não possa ir.
Porque esta fotografia me traz óptimas recordações.
Porque um pôr-do-Sol é sempre bonito.

27 maio 2006

Um lembrete

Pois é, o final das aulas está perto (finalmente) e o trabalho está a apertar. Não me resta muito tempo para vir aqui deixar post's. No entanto, não queria deixar passar ao lado a hipótese de incentivar uma ida à Feira do Livro de Lisboa. Já tive oportunidade de passar por lá e vale a pena. Há sempre uns descontos fixes nos livros. Aproveitar também para apreciar as vaquinhas do Cow Parade que estão espalhadas por Lisboa e que não deixaram elas próprias de "visitar" a Feira do Livro. Boas leituras.

22 maio 2006

Um post sobre cinema...

Uma pessoa acaba sempre por acompanhar as modas e, ultimamente, a moda é mesmo o filme do Código de Da Vinci.
Tive a sorte de puder ir à estreia do filme e, sobretudo, de ir com alguém que não tinha lido o livro (coisa rara) e assim foi possivel trocar opiniões com alguém "isento". Acho que de uma forma geral todos concordamos que o filme ficou muito aquém das espectativas.
A escolha do Tom Hanks para actor principal foi, de longe, uma das maiores falhas do filme. Bolas, o homem parece uma mosca morta! Quanto à actriz principal, à parte de muitas vezes não se perceber o quê que ela dizia, até se saiu razoavelmente. Brilhantes mesmo foram as personagens de Silas e Teabing. Mais uma vez Ian McKellen, o Gandalf do Sr. dos Aneís, esteve brilhante na sua interpretação desta vez com o "Professor" Teabing, alternando entre o velhote simpático e sabichão e o doido varrido.
Outra falha grave do filme foram as alterações inexplicáveis e desnecessárias que foram feitas ao guião do livro. Qual a diferença entre anular um criptex, passando o mesmo tempo que seria passado a resolver os dois existentes no livro a resolver um único? Parece-me que a diferença é mesmo anular uma parte que até era engraçada no livro para algo que perdeu um pouco o entusiasmo e que retirou genialidade às personagens. Ficaram um bocadinho mais burros no filme! E além destas houve outras pequenas alterações que não compreendi. É óbvio que toda a gente ia à espera de algumas alterações, mas para mim seriam coisas que realmente não fizessem falta ao enredo ou que fizessem muita diferença nas filmagens. Nenhuma das que foi feita se enquadra nessas hipóteses.
Por outro lado, o final do filme foi deixado antever demasiado cedo. Toda a emoção e suspense do livro perdeu-se quase a meio do filme. Para isso contribuíu também a falta de energia das personagens principais.
De um forma geral, posso dizer que saí bastante desapontada.
À parte da desilusão com o filme propriamente dito, continuo a tentar perceber o quê que vai na cabeça de algumas pessoas. Ouvi num telejornal que há quem quisesse que fosse colocado um aviso no início do filme a dizer que aquilo é uma obra de ficção. A sério? Juram? Quem diria.... ACORDEM! Ninguém vai para um cinema à espera de ver um documentário. Mais! Quando é baseado em factos reais isso é indicado no fim. Não é o caso, assim como também não o diz no livro. Tudo bem que a imagem que é passada no filme da Igreja e da Opus Dei não é das melhores, mas quantas religiões, raças ou culturas, organizações ou até mesmo a Ciência, não viram a sua imagem ser também alterada num filme, num livro ou série de televisão sem que se fizessem manifestações sobre isso? Se calhar deviamo-nos manifestar contra os Morangos com Açúcar que andaram a induzir as criancinhas em erro no que respeita a vírus e que provocaram uns surtos de alucinações colectivas nalgumas escolas nas quais crianças andaram a desmaiar e sei lá que mais e achavam que era o mesmo vírus. A Igreja em vez de se modernizar e acompanhar o progresso continua com ideias retrógadas e desactualizadas para os nossos dias. Se cada vez têm menos seguidores só deles próprios de podem queixar.

17 maio 2006

A aventura dos autocarros

Hoje e ontem assisti a dois episódios nos autocarros da Carris que me fizeram recordar o quão inebriante é essa aventura diária de andar de autocarro, sobretudo em Lisboa. Sim, porque é uma verdadeira aventura, cheia de obstáculos.
A primeira prova de fogo é logo na fila para o autocarro. Quem é que das pessoas que andam de autocarro nunca assistiu a um(a) espertinho(a) que ignora a fila de meio quilómetro que está à frente dele(a) para entrar no autocarro, passando à frente de todos? Pois, quase todos. A maioria das pessoas ignora simplesmente, mas há sempre os que reagem e lá se ouve: "Olhó este! Deve-se achar mais esperto que os outros. Não viu que a fila acaba lá atrás?". Seguem-se pelo menos 5 minutos de comentários do género. Isso na melhor das hipóteses. Há sempre a hipótese do visado responder ou de outras pessoas entrarem na conversa e aí há conversa para todo o percurso.
Bem, uma vez dentro do autocarro há outro obstáculo: a travessia do autocarro até um possível lugar. Se o autocarro vai vazio e o motorista acelera (o que é normal porque estão sempre atrasados), mais parece que aquilo é um barco e o percurso não consegue ser feito sem umas quedas para cima de quem já vai sentado. Se por acaso o autocarro vai cheio, seguem-se uma infinidade de encontrões. Além disso, há sempre umas senhoras que só podem ter um trauma qualquer e que acham que todos os homens que passam se roçam nelas de propósito. Seguem-se as ofensas, o muito ouvido "depravado", entre outras, e as ameaças para se o acontecido se voltar a passar. Tudo isto perante o ar incrédulo do desgraçado que teve o azar de passar demasiado próximo da sra.
À travessia segue-se a procura de um lugar. Isto é a etapa que provoca mais atrito entre os viajantes. Há sempre umas senhoras de idade que só gostam de fazer de mais desgraçadas do que são e choram e berram que ninguém lhes dá lugar, que antigamente não era assim e por aí adiante. Tudo bem que algumas pessoas deviam ir sentadas devido à debilidade com que se mexem, mas regra geral essas são as que menos protestam por um lugar. E como senão bastasse o barulho que fazem por um lugar, há algumas que se fazem esquisitas e não se contentam com um qualquer lugar, querem um especifico. Gostam ainda de barafustar quando uma criança pequena vai sentada num banco, "ocupando um lugar quando podia muito bem ir ao colo", ainda que a acompanhante da criança seja outra pessoa de idade ou a mãe que tem outra criança ao colo. São ainda incapazes de se levantar quando entra alguém realmente necessitado. Isto faz com que essas pessoas me irritem bastante, sendo muito mais fácil levantar-me para uma sra. com uma criança ao colo se sentar ou para alguém muito carregado puder descansar do que para deixar alguma dessas sra's que se acham inválidas se sentar.
O percurso do autocarro é por si só um enorme obstáculo: ora é o trânsito, ora são os carros mal estacionados ou às vezes é mesmo o percurso que não é fácil. Quem nunca experimentou andar de autocarro dos Restauradores ao Marquês não sabe o que anda a perder! É mais fácil enjoar nesse curto percurso do que de barco.
Por fim, temos a sáida do autocarro. Aqui temos sempre umas aves raras que se põe à porta, ainda que só saiam daí a 3 ou 4 paragens, dificultando a saída a todos os outros que tencionam sair antes. Gosto particularmente de um tipo de aves destas que, além de se pôr na porta muito antes de sair, ainda o faz carregado de sacos e mala.
Além de tudo isto, no Verão há sempre o ar impregnado a suor e um calor insuportável para o qual contribuí o facto dos sr.'s da carris não ligarem o ar condicionado. De Inverno são os guarda-chuvas molhados que encharcam tudo e todos, é o ar repleto de microrganismos potencialmente patogénicos (vulgo: micróbios) para a nossa saúde.
Enfim... Quem anda de Metro não sabe o que perde. Certamente que não há toda esta agitação, toda esta aventura numa viagem de Metro.

15 maio 2006

Um pouco de photolog em vez de blog 2


















Esta fotografia foi tirada do fundo do Poço Iniciático na Quinta da Regaleira, Sintra. A quem nunca foi só me resta recomendar que vão visitar. Vale mesmo a pena porque a Quinta é muito bonita. Sugiro uma pesquiza na Internet sobre a Quinta, a sua história, o seu misticismo e sobre os seus símbolos. Um bom passeio para uma tarde de Sol e, no fim, as queijadas e travesseiros da Piriquita esperam-nos.

Uma noite mal dormida..

Hoje tive uma daquelas noites... Deitei-me a pensar que ia descansar até de manhã, mas estava bem enganada.
De facto adormeci logo, mas pouco tempo depois acordei. Voltas e mais voltas na cama, o sono que não aparece, a preocupação de ter de descansar, preciso de estudar, há um teste para fazer e tenho mesmo de passar e depois seguem-se um sem fim de trabalhos que já estão atrasados. Tenho de dormir. Torno-me a voltar da cama. As horas passam e nada de dormir. De vez em quando lá adormeço, mas pouco depois estou desperta outra vez. Não pode ser, o despertador não tarda a tocar e eu sem dormir. Pouco depois toca o despertador, 5h50. Vou ou não? Fico. Preciso de descansar mais umas horas. Finalmente adormeço até perto das 9h. Agora já não posso adiar mais, tenho mesmo de acordar. Meia hora depois estou a caminho da faculdade. Acho que finalmente o meu corpo percebeu que não ia descansar mais por hoje e começa a dar sinal: uma dor de cabeça que se vai manter até ao final do dia certamente. Aulas, cada uma mais secante que a outra. Agora é que o sono e o cansaço acumulado começam a aparecer, mas agora tenho de estar acordada. As horas de aulas parecem que não passam e eu cada vez com mais sono. Só penso que ainda tenho de ir para casa estudar. Finalmente acabam e posso ir para casa, mas tenho coisas para fazer. Como é que me vou concentrar? Um esforço para me manter concentrada e a certeza que pelo menos esta noite vou dormir como deve ser.

13 maio 2006

Um pouco de photolog em vez de blog...



À pouco tempo descobri que fotografar flores de perto tem uns resultados fixes e tenho a sorte de ter uma máquina que até faz umas boas fotos. Eu sei que isto não é um photolog, mas de vez em quando vou pôr por aqui algumas fotos que tirei e gosto particularmente (não, não vão ser só flores). Esta é uma delas.

Outra vez a tv...

É-me impossível não comentar isto publicamente. Hoje acordei e liguei a televisão na esperança de encontrar qualquer coisa decente para ver enquanto tomava o pequeno almoço. Qual não é o meu espanto quando descubro que em 3 dos 4 canais portugueses estão a passar Fátima. O.K., eu sei que é 13 de Maio e era suposto aquilo dar na televisão, mas em 3 canais? Será mesmo necessário? Então e quem não é católico e não tem mais que os 4 canais de televisão? Eu sei que há muita gente católica, mas não há assim tanta gente que acompanhe a missa pela televisão. Além disso é uma falta de consideração por quem não acredita.
Independentemente das minhas opções religiosas acho isto ridículo. Esta "guerra" de audiências, que eu até compreendo, por vezes é disputada de forma rídicula. Em vez de passarem programas alternativos aos que estão a passar noutro canal, passam a mesma coisa ou algo no mesmo género. Resumindo: ora temos os 3 canais a darem programas decentes e que nós gostariamos de ver às vezes 2 deles e não podemos porque são em simultâneo, ora temos alturas em que nenhum dos canais dá coisas decentes.
E terá sido ilusão minha ou terei ouvido o Papa dizer que era pecado ver televisão muitas horas? Estarão os 3 canais nacionais a incentivar o pecado, ainda que seja ver a missa?

08 maio 2006

Alentejo
















Porque o Alentejo verdinho e florido é lindo.
Porque Aljustrel já é quase a minha segunda cidade.
Porque alguém de quem gosto mais que tudo é de lá.
Porque o Alentejo merece esta pequena homenagem.