Pouco passava da hora de jantar quando apanhamos o comboio em Östersund. A viagem ia ser curta pois tinhamos d mudar de comboio novamente por volta das 23h. Neste comboio conhecemos uma das personagens da viagem: uma rapaz alemão, com um inglês horrível e do qual eu não percebi muito, de óculos garrafais e que viajava unicamente em comboios nocturnos com uma mochila pouco maior do que a que a maioria dos miúdos usa na escola. O rapaz metia conversa com toda a gente, mas poucos percebiam o seu inglês misturado com alemão. O mais caricato é que insistia em que lhe dessem a morada, ainda que só conhecesse as pessoas à 5 minutos, esticando um caderno de escola e escrevinhando a dele num qualquer papel que tivesse no bolso (ainda estamos à espera que ele escreva...). No mesmo caderno coleccionava os carimbos das várias estações por onde passava. Confesso que nem me tinha ocorrido que as estações tinham carimbos quanto mais coleccioná-los... Trazia com ele uma máquina fotográfica ainda de rolo e um walkman (sim.. ele ainda usava os velhinhos walkman's). Conhecemos também a primeira "vítima" que este rapaz tinha feito quando chegou ao comboio, uma rapariga sueca de 25 anos que nos ensinou a pronunciar algumas palavras em sueco decentemente e nos falou um pouco dos seus conhecimentos dos povos nórdicos. Também tentou aprender algumas palavras em português, mas acho que ainda é mais dificil para eles aprender o português que nós aprendermos o sueco. No banco ao lado iam uns senhores de algum país ali da zona arábe que também tentaram entabular conversa connosco, mas o inglês deles também não era famoso...
A viagem estava a ser interessante, mas foi curta. Tivemos de mudar de comboio e o comboio seguinte deve ter sido o pior em condições que apanhámos. Aquilo parecia saido da Segunda Guerra Mundial... Os bancos rasgados, a cair de velhos, cheios de pó e nódoas, as portas dos compartimentos mal abriam de tal modo que tivemos dificuldade em entrar num. Em cima da mesinha do compartimento tinham uns pacotinhos com água que nós achamos melhor não experimentar. Sim, aquela gente bebe água em pacote e até mesmo em lata. É incrivel a variedade de águas com mais ou menos gás, com ou sem sabor que eles têm lá para cima. O comboio ia quase vazio e deu para esticarmos os saco-de-cama e dormir um bocado até às 3h da manhã. A esta hora tivemos de sair e ficar à espera na estação até às 5h30 por um autocarro que nos levasse até Umeå onde iriamos apanhar o barco para a Finlândia. Nessa noite não dormi muito como se pode constatar. À hora prevista lá apanhámos o autocarro. Chegados a Umeå tivemos de perguntar para onde era o porto dos barcos para a Finlândia e o motorista do autocarro apontou-nos outro autocarro parado no sentido oposto. Outro autocarro? Seria assim tão longe? Era! Incrivelmente longe! Não faço ideia por que raio fizeram um porto tão longe da cidade. Nova espera na estação dos barcos depois de gastarmos uma fortuna nos bilhetes de barco e jurarmos para nunca mais.
O barco foram 4 horas, algumas das quais a dormir, num barco cheio de motards. Já perto da hora de chegar, lembraram-se de anunciar que quem precisasse de táxi à chegada para ir avisar à cafetaria. Lá fui eu perguntar senão havia nenhum transporte sem ser táxi. Não havia... Qual é a ideia de construir uma estação de barcos e não colocar transportes? Eu sei que o barco também transporta carros, mas nem toda a gente ia de carro. Enfim, depois de gastarmos uma pequena fortuna estávamos finalmente em Vaasa, Finlândia. Nova espera na estação de comboios, onde aproveitamos para almoçar, e depois da hora de almoço apanhámos o comboio para Tampere, o nosso destino na Finlândia para essa noite.
Tampere é uma cidade não muito grande e é uma das mais importantes do país já que tem grande importância industrial. Pela cidade vêm-se várias chaminés de fábricas dando a entender a importância da parte industrial.
Quando chegamos estava a haver uma prova qualquer tipo triatlo no parque da cidade por onde passa o rio que se vê na foto. A cidade é muita gira e tivemos pena de não ter muito tempo para a ver melhor. Aqui descobrimos rapidamente o gosto pela bebida dos finlandeses. É frequente andarmos pela rua e vermos pessoas com pack's de cervejas ou pessoas sentadas a beber junto dos lagos ou jardins. E começam desde muito novos... Felizmente não incomodam ninguém e são um povo afável. Na tarde do dia seguinte seguimos para Helsínquia.
Helsínquia é uma cidade linda. Adorámos. A mistura de culturas é óbvia em toda a cidade. A cidade sofreu um grande incêndia por volta de 1800, altura em que estava sobre o domínio russo, e foi reconstruída à semelhança de S. Petersburgo. Os edifícios com influência russa são uma constante. As próprias pessoas já têm alguns traços fisionómicos semelhantes aos russos. Existem várias lojas de souvenirs russos e vai-se à Rússia em pouco tempo de comboio. Após a independência dos russos houve um explosão de nacionalismo e tentaram criar uma cultura finlandesa. A maioria dos edifícos são novos e um paraíso para quem gosta de arquitectura. Em cima, na foto, é a Catedral da cidade. É um edifíco enorme e magnífico, um dos meus preferidos na cidade. Ao lado está a Catedral Ortodoxa, outro edifício maravilhoso onde se pode ver a influência russa. As pessoas são super simpáticas. Houve um sr. que nos viu às voltas com o mapa e parou para nos ajudar sem que nós pedirmos. Fomos bem recebidos em todo o lado. Nem toda a gente fala o inglês, mas mesmo falando pouco mostram-se sempre prestáveis e tentam perceber e ajudar. A cidade tem um excelente sistema de transporte que nós fizemos questão de aproveitar. Tem um eléctrico que, além de fazer parte do sistema de transporte da cidade, é também turistico, parando nos pontos de interesse principais da cidade. Como Helsínquia é grande usamos bastante este transporte. Há muita coisa para ver na cidade. Gostámos particularmente das Catedrais, do monumento ao Sibelius (compositor finlandês) e da Igreja feita no meio da rocha (foto em baixo). Esta última é uma Igreja construída na rocha e, como se pode ver pela foto, o interior é todo em rocha. Vista de fora confunde-se com a paisagem e por dentro é muito simples, muita mais parecida com aquilo que eu acho que deviam ser as igrejas.
Helsínquia é de facto uma cidade a voltar e conhecer melhor. Depois de dois dias na cidade decidimos seguir viagem. A continuação fica para o próximo post.
1 comentário:
Seu blog é bem legal!!!!!!!
da uma plhada no meu depois:
www.jwgameepc.blogspot.com
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