25 setembro 2006

Pedido de desculpas e E. coli

Pois é.. já devem ter reparado que não tenho actualizado o blog. Ainda tenho muito para contar sobre a viagem, mas o tempo ultimamente tem sido pouco. O projecto do curso está a tomar muito tempo e também têm acontecido alguns emprevistos que me têm tomado algum tempo. Por isso, as minhas desculpas áqueles que aqui têm vindo e não têm encontrado o blog actualizado. Vou tentar arranjar tempo para continuar com o relato da viagem.
Entretanto não posso deizar de comentar a notícia sobre a Escherichia coli andou a causar problemas nos EUA. É divertido ouvir falar da pobre E. coli como se ela se trata-se duma daquelas bactérias muito más e perigosas quando há umas boas centenas de pessoas a trabalhar diariamente com ela em laboratórios. Para quem não sabe a E. coli é o equivalente bacteriano dos ratinhos e dos macacos. São as cobaias do laboratório e agora revoltaram-se! Também acho interessante ninguém explicar que todos nós temos uns milhares de E. coli nos nossos intestinos e que, no sítio certo, estas bactérias não fazem mal a ninguém. Para variar, os jornalistas gostam exagerar... E viva a E. coli!

13 setembro 2006

Uma notícia sobre o Bush

Resolvi fazer uma pausa no meu relato sobre o meu Interrail para comentar uma notícia que ouvi ontem.
Nesta altura em que se relembra o aniversário do 11 de Setembro, quando todos nós somos entupidos com documentários, reportagens, filmes e afins sobre esta data, à semelhança do que acontece todos os anos por esta data, e em que o "ilustre" presidente dos EUA deve festejar o aniversário da sua guerra, chega uma notícia, no mínimo curiosa... Finalmente, após vários anos de mandato, os cientistas confirmaram aquilo que todos nós já suspeitavámos à muito tempo: O Bush é o segundo presidente mais burro de todo a história dos EUA!
Bem me parecia que havia qualquer coisa de errado com o sr. ....

08 setembro 2006

Interrail - Parte 3: De Malmö a Mora

Depois de 2 dias e meio em Copenhaga, apanhámos o comboio para Malmö. Malmö é uma cidade relativamente pequena no sul da Suécia e que fica a cerca de 40 minutos de comboio de Copenhaga. Passámos a manhã a visitar a cidade. O ponto de partida foi o castelo que me desapontou bastante. Parecia um pouco ao abandono e a maioria das coisas estavam fechadas, logo não havia muito para ver. Seguimos para a parte nova onde se encontra a torre do Calatrava. À parte da torre, pouco mais está concluído. É uma área ainda em construção e onde não há muito mais para ver.


Voltámos para o centro da cidade que, diga-se de passagem, não é muito grande. O centro é uma mistura de edifícios antigos com alguns mais recentes. Também aqui não há muito para ver. A cidade pareceu-nos bastante calma e bonita, mas sem grandes pontos de interesse turistico.
À tarde seguimos para Kalmar. Kalmar é uma localidadezinha na costa a alguns quilómetros a sul de Estocolmo. A única atracção é o bonito e bem conservado castelo medieval. É um sítio muito bonito, mas extremamente calmo. Calmo até demais! O turismo aqui vive da terceira idade que procura descanso e das pessoas que, tal como nós, vão ali exclusivamente para ver o castelo que o nosso guia indicava como uma coisa a não perder. Além do castelo existem alguns museus que não visitámos e uma bonita e simples igreja. Para o Norte da Europa constatámos que as igrejas são do mais simples possível, bem diferentes das nossas. Na tarde em que chegámos só conseguimos ver a igreja e dar uma volta para conhecer o sítio. Na manhã seguinte fomos visitar o castelo. Tivemos algum azar com o dia, estava nublado e ainda choveu um pouco enquanto visitavamos o castelo. Este é de facto um motivo de atracção. Está muito bem conservado e tem muito que ver, além de ter uma vista magnífica.

Valeu a pena a paragem neste sítio. Por volta da hora de almoço apanhámos o comboio para Estocolmo. Estava na altura de ir visitar a capital sueca. Confesso que não gostei de Estocolmo. É uma cidade escura, confusa e já com muita agitação. É talvez a mais internacional das capitais do Norte. Tal como seria de esperar, água por todo o lado. Estocolmo é cheia de largos canais e, por consequência, de inúmeras pontes. A parte antiga da cidade faz lembrar os bairros antigos de Lisboa, cheios de ruas apertadas e inclinadas. Por qualquer motivo que desconheço, é frequente sentir-se em vários sítios de Estocolmo um mau cheiro inexplicável, semelhante a vomitado. Muito mau! Tivemos oportunidade de assitir, por mero acaso, ao render da guarda do Palácio Real, residência oficial da família real sueca. Estava um sem fim de pessoas para assistir, mas eu confesso que acabei por desistir. Os senhores falavam muito, mas faziam muito pouco. Não vale a pena o tempo à espera para ver o render da guarda. A parte mais interessante é provávelmente aquilo que é vulgarmente conhecida como a Ilha dos Museus. A Ilha dos Museus é uma pequena ilha onde se encontram concentrados vários dos museus de Estocolmo, bem como um pequeno castelo. É bastante diferente do resto de Estocolmo, sendo mais um grande jardim que uma parte da cidade. Só tivemos tempo para visitar o Museu de Arquitectura, gratuito, e bastante interessante. Seguimos depois para a parte mais recente da cidade onde existem enormes ruas pedonais, repletas de lojas e sobretudo atulhadas de pessoas.

Penso que talvez não tenhamos conhecido a verdadeira Estocolmo. Mais tarde, encontrámos um rapaz alemão que tinha adorado Estocolmo. Para nós, Estocolmo como cidade foi uma desilusão. No entanto, vai ficar marcado pelas amizadades que aí fizemos. A primeira foi um dos recepcionistas do nosso hotel. Um rapaz pouco mais velho que nós, de longos cabelos ruivos e rosto sardento, com o hábito de usar pastilhas de nicotina sobre os dentes da frente, o que lhe dava um ar esquisito à primeira vista. Foi super prestável, ajudou-nos enquanto procuravamos na net por alojamentos, traduzindo os sites que estavam exclusivamente em sueco e acabou por ser ele que nos arranjou alojamento para a localidade a seguir, telefonando para o hotel de lá, uma vez que nós de sueco apanhávamos muito pouco. Além disso, mostrou-se sempre disponível para nos dar indicações sobre Estocolmo e sobre a Suécia, dando sugestões para o percurso e esclarecendo as nossas dúvidas. Revelou ainda uma enorme curiosidade sobre Portugal e sobre nós. Passámos muito tempo à conversa com ele. Outra amizade que fizemos foi com um sr. brazileiro, Valdir, que estava alojado lá no hotel. Assim que ele descobriu que eramos portugueses meteu logo conversa connosco, mostrou-nos fotos da família toda e dos inúmeros amigos e contou-nos a história da sua vida. Este sr. tem uma deficiência na perna e trabalha na rua à 14 anos fazendo malabarismos com as muletas e com uma bola de futebol. Segundo ele, já apareceu em vários jornais e telejornais. Tivemos oportunidade de assistir um pouco quando o encontrámos na rua e, pessoalmente, tenho de confessar que este brasileiro é "show de bola"! É impossível de esquecer a alegria, orgulho e sobretudo saudade com que fala da família e do seu país. É também impossível de esquecer a tristeza de meses de solidão em quartos de hoteis que por vezes lhe surgia no olhar. Valdir é uma daquelas pessoas excepcionais que nos marcam e nos dão uma lição de vida. É incrível como alguém que não fala quase nada de inglês e insiste em falar em português com toda a gente consegue que todos o compreendam. Foi das poucas pessoas que conhecemos nesta viagem com quem trocámos contactos e que vamos enviando alguns mail's de vez em quando.

Deixando as amizades recém feitas e Estocolmo para trás, seguimos para Mora e não, não é Mora no Alentejo, é mesmo uma cidadezinha a norte de Estocolmo e que fica junto a um enorme lago. Além de bonita e acolhedora, esta localidade é bem agitada, bem como as localidades vizinhas em torno do lago. Pelo que podemos constatar nos folhetos que trouxemos do turismo, Mora e alguma das localidades em redor do lago têm actividades durante o ano quase todo. Na altura em que fomos estava a haver uma concentração de carros antigos numa localidade próxima e Mora estava invadida de relíquias motorizadas. Haviam ainda umas pequenas festas com actividades que me lembraram aquelas que se vê nas feiras populares dos EUA. Tivemos pena de não ter muito tempo para ver melhor esta cidade. Mora é ponto de passagem de uma importante competiçao de ski e é um dos pontos de início do Inlandsbanan. O Inlandsbanan é um comboio turistico que se divide em 3 percursos, dos quais nós fizemos dois. No próximo post explicarei melhor o que é isto do Inlandsbanan.