26 agosto 2006

Breve ausência

Vou-me ausentar por uma semana e por isso o blog vai ficar sem actualização durante esse tempo. Quando regressar contínuo com o relato do Interrail.

24 agosto 2006

Interrail Parte 2: Segunda viagem e Copenhaga

A viagem para Copenhaga foi um pouco atribulada. Começamos por entrar na carruagem errada e, senão tenho perguntado ao revisor se estavamos no sítio certo, teríamos ido para a Berlim em vez de irmos para Hamburgo onde mudávamos de comboio.
Já na carruagem certa, concluímos que o nosso compartimento ia demasiado cheio e resolvemos procurar outro. Encontramos um onde só ia uma rapariga que rapidamente meteu conversa connosco. Ficámos a saber que era alemã de Berlim, mas que actualmente vivia em Hamburgo, cidade que ela nos aconselhou vivamente a visitar. A míuda falava pelos cotovelos e durante uma boa meia hora ou mais não tivemos descanso. A sorte foi ela estar cansada e às tantas lá se deitou no banco para tentar dormir. Rapidamente a imitámos pois o cansaço também era muito para os nossos lados. O compartimento estava um caos, incluindo um banco partido, e foi um pouco difícil arranjarmos maneira de nos deitarmos, mas lá conseguimos.
Já dormiamos à um bom bocado quando sinto a porta do compartimento abrir e vejo um senhor sem saber se nos havia de acordar ou não. Ia para me levantar, mas acabei por ter de acordar toda a gente porque atrás do senhor estava uma fila para entrar para aquele compartimento. Bem que nos tinham avisado que o comboio ia cheio... Resumindo: tivemos de ir para o nosso já atulhado compartimento onde foi um sarilho para arrumar as bagagens de toda a gente e para dormir ainda foi pior.
No nosso compartimento iam um senhor inglês com cara de boneco de cera do senhor simpático, um casal de cor, cujo senhor passou a noite toda a cantar de pé, à janela, no corredor, e um senhor venezuelano que parecia aqueles generais da legião estrangeira que se vê nos filmes. Felizmente para nós era só aparência e o senhor revelou-se ser super simpático e deu-nos conversa durante a manhã toda, contando-nos que já tinha viajado por 35 países, vivendo 2 meses na maioria deles, mas era da Suécia que ele gostava mais. Falou-nos um pouco da Venezuela e tenho a dizer que depois daquilo não fiquei com grande vontade de conhecer...
Para variar o comboio atrasou-se 1 hora. Menos mal para nós que ficámos menos tempo à espera em Hamburgo.
À chegada a Coepnhaga estava a chover, felizmente não passou daquela chuva "molha parvos" que passou enquanto estávamos no hotel e assim podemos visitar a cidade sem problemas.
Copenhaga é completamente diferente de Paris, mas nós adorámos completamente. Quase não parece uma capital. O centro é pequeno e facilmente se conhece a cidade a pé. O centro propriamente dito está separado da zona residencial, bastante mais calma, por enormes lagos e jardins de que fica aqui um exemplo.

Em Copenhaga senti-me como que em casa. É uma cidade acolhedora, de pessoas simpáticas e prestáveis, com uma arquitectura harmoniosa e de prédio não muito altos, o que torna a cidade bastante acolhedora. O centro é um pouco mais agitado, com bonitos edíficios antigos, ruas pedonais cheias de lojas e com muito movimento. Fica a foto do Town Hall.

A cidade é pautada pelas bicicletas. Toda a gente se desloca de bicicleta, independentemente do tempo ou da idade. Senti que era mais fácil ser atropelada por uma bicicleta que por um carro. Felizmente não passaram de uns "tlim-tlim"'s...

Além do centro destacam-se a Little Mermaid (claro!) e o bonito e agitado canal.

Além do centro, Copenhaga tem ainda várias ilhas mais pequenas, todas elas quando alguma coisa de interesse para ver. Aqui vou destacar Cristiania, um bairro onde os hippies e afins vivem em comunidade. Aqui pode-se encontrar enúmeras barraquinhas onde eles vendem coisas feitas por eles, desde postais, a roupa, e onde se vive um ambiente especial e particularmente liberal, sem que se sinta qualquer tipo de perigo. Os turistas são bem vindos desde que não se ponham a tirar fotos como se aquilo fosse algum circo. Eu limitei-me a tirar esta foto bastante geral só para que se veja o ambiente desta pequena comunidade.

Copenhaga é uma cidade com muito para ver e que nos ficou no coração. Tencionamos voltar assim que for possível. Foram dois dias e meio muito bem passados. A viagem continou para Malmö, Suécia.

22 agosto 2006

Interrail - Parte 1: Primeira viagem e Paris

Saimos de Lisboa, Santa apolónia, no comboio das 16h01. Assim que entrámos no comboio encontramos caras conhecidas do Ist no compratimento ao lado do nosso. Infelizmente para eles, o compartimento onde iam encheu e passaram uma noite péssima. Nós tivemos mais sorte, além de nós os dois só iam três italianas, Francesca, Valentina e Claudine, no nosso compartimento de 8 pessoas. As raparigas meteram logo conversa connosco e soubemos que já iam na segunda semana de três. Passamos o serão a jogar Uno e as italianas ensinaram-nos a jogar Poker, conhecimento que nos permitiu ocupar alguns tempos mortos no resto da viagem. Quando foi para dormir lá andámos às voltas para arranjar espaço para todos e às tantas uma das italianas preferiu ir dormir para o chão, onde pelo menos conseguia estar esticada. Dormimos mal, encolhidos, mas dormimos... nem todos naquele comboio puderam dizer o mesmo.
Em Hendaye separámo-nos das nossas companheiras de primeira viagem e apanhámos o TGV para Paris. Curtia saber porque raio os franceses cabam tanto o TGV... C'est une merde! Uma hora de atraso!
Já em Paris tivemos sorte de sair na estção mais perto do hotel e 5 minutos a pé bastaram para chegar ao nosso hotel e tomarmos finalmente um banho. Acho que depois de 15 horas de comboio nada sabe melhor que um banho. E aí estavamos nós, prontos para ir à descoberta de Paris.
O primeiro objectivo foi obviamente a Torre Eiffel. Por acaso foi porque dava para ver do nosso quarto e achámos que não devia ser longe. Como rapidamente haveriamos de descobrir as distâncias em Paris são algo enganadoras. Fartámo-nos de andar antes de darmos com o raio da Torre.

Após algumas fotos à torre de vários ângulos resolvemos descansar nos jardins. Passado pouco tempo vieram perguntar ser queriamos uma massagem. Acho que é impossível descrever o meu ar de espanto por me estarem a oferecer massagens em frente à Torre Eiffel. Enfim... A subida à Torre terá de ficar para um dia com menos calor e com filas menores. Nesse dia fomos ainda ver os Inválidos, pássamos junto ao Museu d'Orsay, vimos algumas das famosas e bonitas pontes sobre o Sena e passeamos pela cidade.

No dia seguinte começamos por apanhar uns bons 20 minutos de espera para ver a Sainte-Chapelle, mas vale bem a pena. Adorei. Seguimos para Notre Dame.

É sem dúvida fantástico. Pena que estivesse cheia de turistas barulhentos e japoneses mais preocupados em tirar fotografias a tudo o que se possa imaginar do que em ver a igreja com olhos de ver. Achos que eles só vêm de facto as coisas em casa pelas fotos. Notre Dame é imponente e tem uma beleza que não há palavras para descrever. É daqueles sítios que nos deixam arrepiados no bom sentido. Mais uma vez não sai desiludida. Tive pena de não subir às torres, mas as filas eram enormes e ao sol escaldante e nós desistimos assim que olhamos para elas. Seguimos pelas ruas de L'ile, lindissimas, e passamos o rio até ao Instituto do Mundo Árabe. Aqui fui surpreendida por um edifício moderno, mas que de uma forma original se adapta à função que lhe é destinada e ao povo a que se refere. Seguimos para o Panteão Nacional onde os preços exurbitantes para ver meia dúzia de túmulos nos dessuadiu de entrar. O almoço foi no Mac (que original!). Passámos parte da tarde nos Jardins do Luxemburgo, aconselhados por uma amiga, que são bem bonitos e que nesta altura estão cheios de franceses e turistas que, coitados, queriam estar na praia e não podem, então vão para os jardins de toalhinha e bikini estender-se ao sol.

Seguiu-se a Place de la Concorde, a Ópera, as famosas Galerias Lafayette e finalmente o Louvre.

O Louvre é enorme e às tantas parece tudo igual. Optamos por ver as coisas mais conhecidas. A primeira foi, claro, a Mona Lisa. A Mona Lisa é um quadro minúsculo, enfiado numa ciaxa enorme de vidro ou acrílico, nem percebi bem, colada numa parede sem mais nada, com dois seguranças, um de cada lado, e um cordão que impede que nos aproximemos demais. Está rodeada de gente e foi a custo que vi o quadro como deve ser. Seguiram-se as outras obras menos famosas, mas algumas mais interessantes. Saímos do Louvre com bolhas nos pés e desejantes de chegar ao hotel. Nessa noite caíu uma verdadeira tempestade em Paris.

O terceiro dia ficou para visitar La Villette e La Geòde. Para quem não sabe, a Geòde é uma esfera gigante de metal reluzente. Como o dia não estava grande coisa os turistas também não eram muitos. Seguimos para a Sacré Coeur onde aí sim, estava um sem fim de turistas, sobretudo orientais e que nos dificultaram a subida com os enúmeros pedidos para lhes tirarmos fotos. Tanto a vista lá de cima como a igreja em si são magníficas. Antes de irmos para o metro aproveitamos para comprar alguns souvenirs e seguimos para La Défense e fomos ver o Grande Arche que não é grande, é gigante. Descemos para ver o Arco do Triumfo e para descer Les Champs Elysees, uma avenida gigante, cheia de lojas famosas (e caras). Por último fomos ao Centro Pompidou que para mim não passa de um edifício demasiado moderno.

Por esta altura o cansaço era muito e resolvemos ir para a estação descansar enquanto esperávamos pelo comboio noturno para Copenhaga.

21 agosto 2006

De Volta...

Pois é, ao fim de um mês de Interrail estou de volta ao nosso pequeno país.
Fazer Interrail é sem dúvida uma experiência fabulosa e que eu recomendo vivamente e que tenciono repetir quando puder. Os países que escolhemos, Escandinávia, são lindos e as pessoas muito hospitaleiras. O único senão é serem bastante caros.
Ao longo dos próximos tempos vou tentar fazer um relato da viagem e colocar algumas das muitas fotos que tiramos. Para já fica aquilo que para mim é Interrail.
Interrail é estar preparado para viajar horas sem fim em comboios, para noites mal dormidas em compartimentos cheios, para comer muitas sandes e comprar a maior parte da comida em super-mercados, é estar mentalizado para carregar com uma pesada mochila e vários sacos de super-mercado. Fazer Interrail é conhecer gente de todo o lado e de todas as idades, estar sempre disposto a responder à pergunta "Where are you from?" muitas vezes por dia, é habituarmo-nos a pensar e falar mais em inglês que na nossa língua mãe, é todos os dias ver coisas novas e nunca estar mais de dois ou três dias na mesma cidade, é ir na rua e dizer o que quisermos ou fazer as figuras mais estranhas sem nos preocuparmos em ser reconhecidos ou compreendidos. É uma experiência única, em que nos damos a conhecer e em que ficamos a conhecer mais de nós próprios, onde colocamos as nossas capacidades em prova e onde descobrimos um sem fim de coisas novas e nos enriquecemos a cada minuto. É uma experiência para a vida.