08 maio 2006

Insectos, Hollywood e a National Geographic

















Ontem estava a fazer o meu zapping habitual pelos canais da tv cabo e acabei por descobri que no AXN estava a dar um filme que já tinha visto à algum tempo, Starship troopers, ou algo do género. Isto fez-me recordar de um daqueles programas estranhos que de vez em quando passam na National Geographic e que por acaso achei piada de ver à uns dias atrás.
Bem, para quem não sabe, o filme tem um argumento um bocado palerma. Não é mais que a odisseia dumas tropas quaisquer que vão atacar um planetazinho recheado de insectos gigantes que, ainda por cima, são espertos. Ou melhor, um deles é esperto e os outros não passam de simples insectos-tropa. Temos assim batalhões do que julgo ser um qualquer tipo de formigas com patas que parecem espigões e peças bocais que parecem tesouras gigantes, escaravelhos gigantes que cospem uma substância estranha tipo ácido e ainda mosquitos gigantes que são mais ameaçadores que a aviação portuguesa (O.K., não é dificil). Ora isto parece-me tudo um bocado absurdo. Mais! Não consigo perceber a fixação de Hollywood em tornar os pobres insectos em verdadeiros alienigenas ameaçadores. Porque raio é que os ET's seriam insectos gigantes prontos a atacar a Terra? Sim, porque este não é o único filme em que isto acontece. Quem não se lembra da barata gigante vinda do espaço em Men in Black que andou por aí a fazer estragos? Ou do filme do Alien em que o bicharoco é inspirado numa espécie de formigas e na sua sociedade? O.K, para quem não se lembra desses temos os mais recentes Senhor dos Aneis e Harry Potter em que algures num dos filmes de ambas as sagas aparece uma aranha gigante (no caso do Harry aparecem várias). Será tudo isto produto da falta de imaginação?
À parte do exagero cinematográfico, outro dia, no referido programa da National, descobri que há um sr. tailandês doido por baratas (e sim Sofia, leste bem). Ora, eu não sou apologista de aterrorizar os nossos imaginários com insectos gigantes e ameaçadores, mas daí a adorá-los vai uma longa distância. Sim, porque acreditem ou não o sr. adora mesmo os bichinhos. Algures a meio do programa, o sr. encontra uma barata morta na rua, pega nela com todo o cuidado, mete-a num frasco, leva-a para um jardim, cava um buraco e põe o insecto lá dentro e tapa. Gostei sobretudo quando ele no fim de tudo diz: "Podia por uma lápide." Começo a desconfiar seriamente da sanidade mental desta pessoa.
Segundo a filosofia dele, os insectos reencarnam também. Isso faz-me pensar que a agressividade de algumas pessoas para com o resto da humanidade se explica pelo facto de algures no seu passado terem sido insectos mal tratados. Imaginemos o Bush, que algures na sua vida passada foi uma baratinha num país árabe e viu a sua família e amigos a serem espezinhados. Faz todo o sentido que o Sr. agora se queira vingar.
Por isso lembrem-me de não maltratar os insectos. Nunca se sabe no quê que eles vão encarnar futuramente.

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